segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O ACIDENTE ESPREITA...e eu espreito o acidente!


Na zona onde moro não se passa nada de diferente. É um local agradável, tem horizonte, tem espaço verde, mas o principal ou o pior, é a rua avenida ou estrada, chamem- lhe como entenderem porque ela é utilizada pela maior parte dos automobilistas como se duma via rápida se tratásse. Apesar do seu aspecto limpo, largura razoável e boa iluminação, nunca para aqui se programa nada, por exemplo um cortejo, um desfile de Bandas, em especial no verão, enfim algo que mostrasse aos turistas que nos visitam, que este lado da Figueira é moderno e também é bonito. Excepção para as tardes ou noites em que a Naval joga no seu campo que fica aqui ao lado, ouve-se o hino que é lindo, e depois consoante o desenrolar do encontro, os aplausos e as vozes das claques. A assistência chega apressada para entrar, e sai a correr, e tudo cai no habitual daí a pouco.
Há no entanto algo a acontecer com assiduidade neste local; são os acidentes. Rara será a semana em que não se ouve o estrondo das latas a baterem. Existe um semáforo a regularizar o trânsito, que seria se não existisse ?... contudo, e ainda bem, não chega a haver feridos, mas não impede o aparato da “coisa”... vem a ambulância, vêm os polícias à pressa a apitar para abrir caminho, e depois “a montanha pariu um rato”! Mas aquilo leva tempo, os polícias passeiam-se em medições com a calma toda, e o preenchimento dos papéis idem, idem... e eu gosto de ver... assim aconteceu ontem.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O cão,que faz ão, ão....

Pois; primeiro as obrigações, e só depois as devoções...os ensinamentos adquiridos na infância,aderem e jámais descolam; e às ditas obrigações, mais tarde damos-lhe outro nome,tarefas normais de dona de casa. E nesta “confissão” recordo aquela cançoneta de três quadras, engraçada que se ouvia hà muito tempo atrás, numa voz bonita e em português, cuja intérprete simulando ser dona de casa terminava com a última quadra assim:

Ando cansada, ensonada, derreada
Nesta constante luta, sempre em pé!
Mas esta vida má, é a melhor que há
Ai, ai, se está, chegando o meu Zé!

Eu também “canto” de igual forma, só que o meu, não se chama Zé.

Finalmente venho então falar um pouco sobre os animais. Eu gosto deles e não aceito que lhes façam mal. E até me surpreendo quando ouço os toureiros dizer que o toiro é um animal nobre, e que eles (toureiros) o respeitam muito. Não entendo... e acho mais lógico afirmar (eu) que se trata duma falta de respeito agredi-lo, torturá-lo, sendo ele um irresponsável, um animal, que apesar de corpulento não pode ali defender-se, nem sabe, porque está em desvantagem quanto ao factor inteligência.
Mas eu prometi falar do cão, daquele que de vez em quando me entra pela casa dentro,de coleira e trela, e pulso forte da dona.
O tal de raça shar-pei, que eu ainda tive ao colo quando ele era pequenino: era feiinho, mas interessante porque a sua pele era uma repetição de refêgos, com o pêlo aveludado, ele mais parecia um peluche de brincar. Cresceu rápido, forte e elegante, cresceu também em força, e em mim cresceu o medo, mas medo a sério; de me morder, ou de investir por bem e me atirar ao chão. Mas a verdade é que ele ainda não fez asneiras, e comporta-se de modo diferente entre os membros da família, comigo é muito comedido; porém eu ainda não venci o medo, gosto dele e até lhe dou biscoitos, mas não consigo dar- lhos na minha mão, o que provoca a risada entre a família... finalmente lá me aventuro a umas festinhas que ele aceita, e até procura vindo encostar-se.
Há vários anos atrás também andei com a ideia de adquirirmos um cão, estava dependente da casa que iamos comprar. Entretanto optámos por um andar e a prespectiva do cão desvaneceu-se. E ainda bem,porque eu cheguei à conclusão que gosto dos animais, mas dos animais das outras pessoas.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Homens e animais, de quais eu gosto mais

Andava à procura da autoria desta frase e achei:
"Quanto mais conheço as pessoas, mais gosto do meu cão."
- Plus je vois les hommes, plus j'aime mon chiens.
- Pascal citado em "Paris et ses environs: manuel du voyageur‎" - Página 342, Karl Baedeker, Karl Baedeker (Firm) - K. Baedeker, 1903 - 500 páginas

E também há esta:
"Quanto mais conheço os homens, mais estimo os animais." É do Alexandre Herculano.

Eu gosto dos animais e a minha filha mais nova tem um cão de raça shar pei, o Davis. Já lhe consigo fazer festas o que é uma grande evolução. O cão é grande e um pouco assustador. Depois escreverei mais sobre o Davis, agora a cozinha está para arrumar.

domingo, 21 de novembro de 2010

A Cimeira! E a Fome?....

Actualmente os acontecimentos no nosso país surgem assim como se fôssem ondas,seguem-se depois as intermináveis borráscas,intercaládas por pequenas acalmías enevoadas e tristes que servem para descançar,dormitar e sonhar. Sonhar,mas acordar em pesadêlo... Depois de nos ter sido dado de bandeja (finalmente) a informação de que o nosso país está a beira do abismo,quando ainda há dois meses atrás os ministros responsáveis pela finança e não só,sorridentes afirmavam que estava tudo no bom caminho,lá veio então nova onda com um “rebuçadito” que afinal haviamos crescido no ultimo trimestre umas míseras migalhas. Eu não entendo como é que estes politicos que só conseguem governar-se com muito,valorizam tanto esta infima subida,ao ponto de virem fazer gáudio de tal miséria...
Mas entretanto aconteceu a Cimeira!!!! Coisa de estrondo!!! e aí estamos nós a fazer de importantes,e quem viu chega fácilmente à conclusão de que não há tristeza nas nossas altas esferas,afinal só há é o mêdo dos mísseis,vindos lá de longe,e por isso há que acautelar,unindo-nos cada vez mais àqueles que têm razão, êsses sim, para recear retaliações; e nós pacátos pobretes,com tanto para nos preocupar e fazer dentro do nosso pobre rectângulo tão carênciado de tudo,não passâmos duns pacóvios a brincar ao “aí vem a guerra”. Antes que a guerra cá chegue,chegará em fôrça a fome,e essa vai aparecer sem mesmo se fazer anunciar em Cimeiras.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Voltei...

Desde Agosto que nada escrevo neste meu blogue,não sei se por falta de gosto,
ou ausência de paciência,confesso que não encontro razão para o sucessivo adiamento. Mas hoje,mercê duma contrariedade relacionada com um aparelho eléctrico que estava a usar e se avariou,impedindo-me de continuar o trabalho encetado,e que me aborreceu bastante,porque eu não gosto de abdicar das minhas decisões,neste caso tarefas,senti a má disposição a tomar conta de mim. E em ocasiões destas o melhor é procurar algo que me acalme. Mal encarada,olhei em volta,e vi o computador... Sentei-me e abri-o; ele tinha razão para estar zangado comigo e perguntar-me,por onde tens andado?- mas não o fêz... Será que também ele pensará que o silêncio é d’oiro?
Entretanto e por aludir ao silêncio,lembrei-me duma poesia de que gosto muito; e por isso não resisto a transcrevê-la.

A Poesia é Silêncio

Não pares na palavra.Deixa o vento
Levar para as distâncias infinitas
O som de terra que te sai disperso.

Não prendas,com a fala,o pensamento.
És maior sobre o mundo,se não gritas
E deixas no silêncio o melhor verso.

Dor que se diz é dor desperdiçada.
Quando conversas,perdes-te no ar.
Ensina-te o Deserto coisas puras.

É mais bela uma lágrima calada
Do que todos os cânticos do mar
E todas as orquestras das alturas.

No silêncio é que Deus acende a luz
Mais fácil para entrar dentro de nós.
O silêncio tem graças de tesoiro.

Ama o silêncio em ti,como Jesus.
A prece das angústias não tem voz,
Mas o Senhor no céu a grava em oiro.

Benditos sejam os que a língua domem!
Dize-me tu se calas o que sentes,
Eu te direi se vales o que dizes...

A própria natureza avisa o homem:
- A flor vem do silêncio das sementes;
O fruto,do silêncio das raízes.

Faz com Deus,e contigo em oração,
Séria promessa,bem jurada e calma,
Como um profeta há séculos faria.

Escrever é violar a solidão.
Não escrevas. Poeta,cala a alma,
Não mates o silêncio da poesia !


(Assim escreveu,
Padre Moreira das Neves)