sábado, 30 de novembro de 2013

Milagres da Natureza

Diz-se que candeia que vai à frente alumía duas vezes...
Nesse sentido tudo pode acontecer um pouco mais cêdo, sendo maior a surprêsa. O mês de Dezembro começa amanhã, mas eu já recebi hoje o primeiro presente de Natal !
Frutas bonitas e perfumadas; dá gosto estar por perto...
Gostei muito! Tanto, que decidi fotografá-las.
Do sabôr, que já adivinho, falarei depois.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O casaco branco

Eu julgava que já tinha contado as minhas histórias todas, mas hoje sem procurar, a imaginação trouxe-me esta. Foi há tanto tempo, anos sessenta...
Eu tenho a impressão que naquela altura, as pessoas, sobretudo jovens, eram mais vaidosas. Ligava-se muito ao vestuário, não havia roupas de marca, era tudo confecionado por medida, ao geito do corpo. Havia modistas, alfaiates, e costureiras que trabalhavam diáriamente na arte da costura. E algumas casas em Lisboa já recebiam roupas prontas, feitas não sei onde, mas que marcavam a moda e eram caras.
O meu marido que nessa altura residia na Capital, e era apenas meu conversado (era assim que se chamava) fez compras numa dessas lojas de moda, e quando chegou o mês de setembro época das festas da Vila, veio a Montemor-oVelho onde eu residia. Apareceu-me todo elegante, vestido com calça preta e casaco de linho branco, e engravatado, claro, naquela altura era assim.
No principio do ano seguinte casámos, ficámos a residir na zona de Lisboa, e quando acabou a lua de mel, eu com vagares, tratei de pôr as roupas em ordem. Lá encontrei o casaco branco devidamente acondicionado numa mala, e o meu marido até me recomendou cuidados com ele, que vestiria depois na primavera. Coloquei-o no guarda fatos e não pensei mais.
Quando o mês de Maio chegou, aconteceu termos de vir a Coimbra tratar dum assunto. Seria no dia 28 de Maio que há época era feriado nacional. O tempo tinha aquecido, apetecia roupa um pouco mais leve, e então o meu marido uns dias antes disse-me que nesse dia iria vestir aquele casaco branco. Perfecionista como sempre, entendi que o dito cujo não estava devidamente limpo, e em vez de o levar á lavandaria para limpar a seco como fazia com os fatos escuros, tratei de o meter no tanque e comecei a lavá-lo com sabão. Fiquei estarrecida... o que eu tinha nas mãos já não era um casaco, era um monte de tecido retorcido, todo encolhido, dum lado maior do que do outro, todo assimétrico, uma lástima. E eu amargurada com a minha obra...
Há noite quando o meu marido chegou, lá arranjei forças para lhe dizer que tinha estragado o casaco. Ele a principio até pensou que eu estava a brincar, mas quando a realidade foi mais forte, ficou decepcionado; "o casaco que era novo e tinha sido caro..." e repetia uma e outra vez. Fez-me censuras, pois claro... e naquela altura do campeonato, ainda casados de fresco, aquilo foi para mim o fim do mundo... Recordo que nem jantei, comi uma canja, e fui prá cama chorar.
No dia previsto viajámos para Coimbra no combóio, e eu sempre a pensar no casaco... Depois de tratarmos do assunto que ali nos levou, fomos visitar os Padrinhos. A certa altura a Madrinha fez questão de me levar só a mim ao andar superior da residência para falarmos, e fomos ao terraço; uma vista lindíssima sobre o Mondego, fiquei maravilhada. Mas eu estava aflita, e contei-lhe do casaco: ela como desconhecia a dimensão do estrago que era total, animou-me, e disse que eu com o meu jeito iria descoser e remediar...
De facto remediei. Mas como? Fiz eu um casaco novo.
No rés do chão do nosso prédio havia uma lojinha de tecidos. Fui lá buscar umas amostras de algo parecido e que agradásse ao"prejudicado".Tecido aprovado, comprei, assim como entretela e forro.
Eu não sabia corte de alfaiate, mas sabia como fazer para o arranjar.
Um alfaiate muito conceituado com estabelecimento na rua Augusta, tinha feito uns fatos para o meu marido, e também a indumentária para o casamento. Sacrifiquei um lençol usado, e colocando uns pedaços dele sobre um dos casacos, com muito cuidado, cortando aos poucos, construí todos os moldes necessários e completamente à medida. Depois, confecionar não era problema, fiz uma obra perfeita. Do casaco retorcido aproveitei apenas os botões.
Uns dias depois, quando o meu marido chegou e entrou no quarto, encontrou "em pose" em cima da cama, o casaco novo. Gostou.
No dia seguinte já o levou para o trabalho. Naquele salão só as empregadas usavam bata. Os homens trabalhavam de fato inteiro e gravata, fosse verão ou inverno. Todos repararam no casaco e à pergunta normal "onde compráste" veio a resposta, secalhar com alguma doze de vaidade, foi a minha mulher que fez! Mesmo à distância eu senti os louros... mas não merecia todos, porque o corte pertencia ao grande Alfaiate. Só que isso, eu não disse a ninguém.
  

sábado, 16 de novembro de 2013

Mais um pôr do sol


Esta fotografia foi tirada há cinco minutinhos. É um instante enquanto dura esta beleza. Há que aproveitar pois não é todos os dias que acontece!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Sumi, mas estou de volta...

Olá amigas e amigos!

Grata pelas atenções recebidas, desejos de melhoras e palavras encorajadoras; eu recebi esses mimos todos, por email, por telefone, e aqui no meu birras; contudo a falta de disposição afastou-me do computador... Renovo agradecimentos, e junto o meu pedido de desculpas.

Mas hoje aqui estou! Ainda não é caso para deitar foguetes, mas como já me sinto melhor, estou animada e vim contar-vos.
Também por enquanto ólho o trabalho com má vontade, e como as teclas deste meu amigo me cativam sobremaneira, vim ao que gósto, e vou colocar  uma poesia que encontrei num jornal à algum tempo já, precisamente em Março de 2008. "Gostei, guardei."

" Sombra dos mortos,maldição dos vivos.
Também nós... Também nós... E o sol recua.
Apenas o teu rosto continua
A sorrir como dantes,
Liberdade!
Liberdade do homem sobre a terra,
Ou debaixo da terra.
Liberdade!
O não inconformado que se diz
A Deus, à tirania, à eternidade.

Sepultos insepultos,
Vivos amortalhados,
Passados e presentes cidadãos:
Temos nas nossas mãos
O terrível poder de recusar!
E é essa flor que nunca desespera
No jardim da perpétua primavera".

(Manuel Alegre)

E quem poderia ser, senão ele, a falar em verso desta forma?!

domingo, 3 de novembro de 2013

Obras, um mal necessário

Pois amigos  e amigas visitantes,

Procuro trazer para aqui coisas bonitas, ou pouco feias, mas desta vez trouxe o que me acompanhou durante cinco dias em que vivi atormentada. Obras em casa, mais própriamente desfazer na totalidade um quarto de banho, e refaze-lo  com tudo novo.Os trabalhadores corretos, aplicadíssimos, nem um instante se descuidavam, uma equipa perfeita. Mas tudo leva seu tempo, e o pior foi o pó, que mesmo com o cuidado de fechar portas e tapar móveis, alastrou a quase toda a casa.
Já passou, mas creiam que ainda não tenho a casa em ordem; e seja ou não por causa destes pós, eu voltei a piorar em relação aos brônquios. Há quatro dias que estou de novo doente. Para arranjar ânimo, vim aqui contar "os meus males", porque desabafar, alivía.
Abraços para todos vós.
 Aqui no patamar da entrada começava o estaleiro. Bom mesmo é o visinho só aqui vir de férias...
Porta aberta, casa guardada... era assim das oito da manhã às sete da tarde.

Lixo em duplicado

 Mas isto era o quarto de banho ? E ficou assim em poucos minutos...
E isto, será o hall da minha casa? Quem tal pensaria...

Tijolos e pouco mais

 Desta varinha mágica é que eu gostei ! Em breves minutos estava a cola batida...
Quando começou a ganhar forma, mas muito rudimentar ainda...

Um fim desejado

    A obra ficou pronta, foram cinco dias, mas pareceu uma eternidade...
O Gabriel aproveitou a oportunidade; todo sorrisos, que nos contagiaram...