terça-feira, 30 de abril de 2019

Soneto do amigo


Enfim depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...


by Vinicius de Moraes

1 comentário:

jair machado rodrigues disse...

Amo para sempre o poetinha Vinicius de Moraes.
ps. Carinho respeito e abraço.