domingo, 24 de fevereiro de 2013

Gostar de coisas bonitas

 Já tenho ouvido alguns reparos assim em geito de brincadeira, por causa dos meus gostos em relação às artes. O meu marido até me diz que eu tenho gostos aristocráticos... Tudo isto na risada, claro, mas se calhar não está totalmente afastado da verdade, porque de facto eu aprecio tudo o que é arte. Sou capaz de passar um dia inteiro num Museu nas salas onde "vive" a pintura. Quando ouço alguém censurar o nosso Rei D. João V, eu fico caladinha, não o posso recriminar, porque estou do lado dele. Desde o mobiliário, as   pratas, as esculturas, tantas maravilhas que ficaram ligadas ao seu reinado, isso tudo me fascina. Um dia visitamos (eu e o meu marido) o Convento de Mafra, que riqueza de arte, e só me refiro à Igreja, porque falar do recheio das salas que seriam habitação de férias para os Monarcas, fica para outra altura.
Também se ouvem criticas a esta obra enorme, o próprio Saramago o fez até em pormenor, mas, "o pensamento é livre como o vento," assim escreveu o poeta Manuel Alegre, e como tal, eu tenho opinião positiva em relação ao Rei vaidoso,  e afirmo que a arte é património, e saúdo com um bem haja quem a faz, e quem a manda fazer, para que fique para a posteridade.
Ai, mas onde esta conversa já vai... Eu vinha para falar só um pouquinho de Verdi, um compositor que nos deixou Óperas lindas, a sua música é duma doçura infinita, mas agora já não escrevo mais, prefiro pedir que vejam este pequeno filme, onde quanto a mim tudo ali é beleza.

(antes tenho de confessar que o belo-canto é outra das artes que me fascina.

Quanto ao filme foi-me enviado por uma amiga, a D. Zinha, também ela "navegadora" no campo das artes.)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Adeus Bento XVI

E o Carnaval já ficou para trás. Parece-me até que muitas pessoas, sobretudo aquelas que não se juntaram à festa nem se lembraram mais dele. Eu quase me esqueci no antes, no durante, e no após. Mas tenho gratas recordações dos Carnavais de há muitos anos atrás, e tenho pena que neste ano a chuva viesse inoportuna, "proibir" a diversão a quem ansiava por ela. Mas tudo passou, e ontem a noticia era outra: - o Papa vai renunciar - ouvi na rádio pela manhã. Não fiquei assim muito admirada, embora este facto não seja vulgar. Lembrei-me do anterior, o Papa João Paulo II quando da sua primeira vinda a Portugal. Era um homem cheio de saude, comunicativo, falava da fé com alegria, conquistou cristãos e ateus. E depois nos seus ultimos tempos de vida, minado pela doença, num autentico suplicio à vista de todos; por pouco que não o viamos no seu ultimo suspiro. Nessa altura eu perguntava a mim própria,se esta seria mesmo a vontade do Papa, que o vissem tão sofredor e tão triste. Não teria sido muito mais lógico ser observada a privacidade?
E não pude deixar de concluir que a Igreja valorisou aquele sofrimento, até porque o expôs, e em larga escala. Também estas ideias veem dos tempos antigos; se repararmos, se fizermos uma pesquisa em relação aos Santos, a maioria só ascendeu aos Altares, porque sofreu torturas e morte violenta.
Há aqueles que pelas suas virtudes, seu saber, sua bondade, foram igualmente santificados, mas são em menor numero.
Estamos em 2013, tudo evoluiu, para melhor, para pior... mas depois da escolha sempre fica algo positivo.
O Papa é um homem, não lhe chamem Santo assim que toma posse do mais alto cargo da Cristandade. Como homem está à mercê do desgáste que o tempo produz. A saúde escasseia, a força e a coragem diminuem, não há alternativa.
Há porém ainda, a inteligência, para decidir. ( antes que o inevitável aconteça)
Foi o que fez o Papa!