quarta-feira, 26 de maio de 2010

Em breve será inoportuno acedêr a urgencia hospitalar

De há uns tempos a esta parte eu não paro de me surpreender... pela negativa infelismente.Ainda está fresca a comunicação da ministra da saúde sobre o corte nas despesas com a saúde dos portugueses,e hoje no espaço Opinião Pública,que a SIC Noticias manda para o ar pouco depois das dezassete horas(e do qual eu sou fã) não faltaram os reparos e as queixas por parte de quem pôde manifestar a sua opinião telefónicamente.Havia dois convidados,médicos e com cargos de presidência um no Porto,outro em Coimbra,que foram dando explicações a seu modo,e pasme-se ! pois um deles até admitiu que se os hospitais tiverem de cortar com as horas extraordinárias do pessoal médico das urgências,são os doentes que ficam prejudicados,porque não há quem substitua estes médicos especialistas. Eu fico pasmada,creiam. Mas então se eles morrêrem? Fecham-se as urgências?....
Eu já ontem disse isto e hoje repito:- todos os anos se forma em medicina um elevado numero de jovens.Não é preciso ir muito longe para saber,basta ir ver o cortejo da Queima das Fitas e reparar na quantidade de Cartolas de côr amarela,são os finalistas,que no ano seguinte serão médicos.E só me estou a referir à Universidade de Coimbra... Claro depois é necessário progredir na profissão,e não é isso que um jovem que escolheu medicina quer fazer?
O nosso Governo está a esmifrar dinheiro de tudo quanto é sitio; mas isto já vem de longe.Quando fecharam maternidades,quando fecharam centros de saude e vieram com a lenga-lenga de que as pessoas não eram bem atendidas,já era isto, camuflado aliás como convinha.
Como se atrevêram a tanta hipócrisía,dá para sentir náuseas...
Quantas creanças nasceram em ambulâncias,quantas pessoas faleceram já na demora de atingirem o ponto de socorro,por causa das tais medidas “boas”que eles decretaram: e o povo falou,falou,sofreu na carne e no espirito,e quedou silêncioso...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Agora é que é poupar...

Acabei de saber (porque li) que os hospitais públicos foram avisados de que têm um prazo de 20 dias para apresentar um plano de redução de despesa,incluindo baixar pelo menos 5% da despesa com horas extraordinárias (anunciou a ministra da saúde).
Pois todos nós sabemos que essas horas têm valor acrescido. Mas afinal os hospitais não têm médicos suficientes para trabalhar em tempo normal? Têm de sobrecarregar com mais trabalho e com mais dinheiro,aqueles que já ganharam o dia ?!
Para onde vão aqueles jovens que estudam durante anos e completam o curso de medicina? Não têm lugar nos hospitais para se prepararem, adquirir mais conhecimentos com vista a serem especialistas?Aqueles que hoje dominam o seu trabalho já foram inexperientes,também não saíram perfeitos da Universidade;a habilidade,o empenho,o espirito de sacrificio até,deminuiram lacunas,e tornaram-nos bons médicos,mas pelo modo são poucos,e alguns precisarão de algum descanço,por isso há que chamar os novos, e dar-lhes a oportunidade que certamente desejam,e assim acabar com as horas extraordinárias.

sábado, 1 de maio de 2010

O Cemitério de Montemor...

Ontem estive em Montemor por breves momentos.Ali é a minha terra,nasci no concelho e ainda pequenina fui levada para a vila onde vivi a meninice, a adolescência,e a juventude.Guardo muitas e boas recordações desses anos,em especial a estima de que vivi rodeada pelos mais velhos,que já partiram na viagem sem regresso,mas que continuam a viver na minha lembrança,perdoem-me o exagêro mas direi que talvez mesmo, no meu coração.O tempo sucede ao tempo,e quando reparamos passaram anos,e nós próprios já somos velhos.Poucos são os que admitem tal adjectivo,e contrapõem sem que valha a pena,dizendo “que velhos são os trapos”... A verdade é que actualmente já não há trapos velhos,são destruidos ainda novos porque passaram de moda. Ao contrário de nós que por cá ficamos (fora do prazo de validade) mas à espera da extinção natural que ás vezes até demora,deixando-nos em pior estado que os ditos trapos antigos nomeados em comparação.
Esta conversa a atirar para o mórbido,foi influência de ter estado ontem no cemitério da minha terra,local para onde “espero”também ser levada,quando chegar para mim
a tal necessidade comum a todos os mortais.
Sempre ouvi dizer que ali acaba tudo,concordo,mas não pode acabar a dignidade. E por isso algo me mereceu reparo,reparo negativo.Naquele campo “santo” nota-se um triste abandono.Não pelas pessoas que ali têm os seus entes queridos,porque as campas estão cuidadas e floridas.É o chão todo desnivelado,esburacado, o pavimento de terra solta,como se quem alí repousa não merecesse um pouco mais de respeito.A capela,um desmazêlo total,e a casa do guarda idem,idem...
Eu já senti na carne quando à três anos atrás, acompanhada por pessoas alheias a Montemor,estive na capela e me senti envergonhada... Não bastava a situação penosa em que eu estava de perto envolvida,ainda me esperava aquele antro que de capela pouco tem,e a vergonha perante quem me acompanhava...
Não haverá gente à boa vida,que fosse chamada para proceder às devidas reparações neste local de interesse público? porque não um calcetamento de pedra miuda,dando àquelas ruas e a todo o chão um ar decênte e digno?...
Muita coisa boa se tem feito em Montemor...
Porquê este abandono em relação ao cemitério? Afinal tráta-se da morada definitiva dos Montemorences!