quinta-feira, 24 de maio de 2012

Queremos salvar o nosso sharpei

Começo por apresentar desculpas aos habituais visitantes do meu birras, pelo facto de por ele passarem e nada encontrarem de novo. Estou a ser descuidada em demasia, e pelo facto penitencío-me de imediato.
Eu ando um tanto desanimada, e como tal sem inspiração. Contudo existe um motivo, e eu vou contar. Trata-se dum animal, um cão.
Como tal, poderia pensar-se num caso de pouca importância, porém não é bem assim. Estou a falar do sharpei que a minha filha trouxe para casa pequenino, mais parecia um peluche cheio de refêgos, e que depressa se tornou grande e forte. Impetuoso, e cheio de vivacidade, tornou-se muito afectivo para com a familia humana, afectos retribuidos pois era um amigão, um companheiro sem reservas. Estava em boa forma, mas adoeceu e foi sugeito a uma intervenção cirurgica, que correu bem e da qual recuperou. Porém nova patologia começou a fazer estragos, e nesta altura depois de vários exames e TAC, outra cirurgia está marcada. É uma intervenção delicada, mas sem ela, o cão que está em sofrimento deixará de andar, porque não existe cura, só lhe resta o análgesico, e decidir o seu fim.
Eu bem sei que se trata dum animal e não duma pessoa, mas é muito doloroso em especial para quem vive ao seu lado à sete anos, decidir pelo fim da vida dele, sabendo que a operação pode trazer-lhe de novo a saude.
Assim a intervenção está marcada, e o seu custo um valor que assusta a sua dona, que como professora que é, também se viu privada dos dois mêses de vencimento.
A irmã, minha filha mais velha, recordou que ainda à pouco contribuimos para um caso identico, nesse era uma gatinha, que se curou graças "ás pequenas ajudas de muitos amigos" dos animais.
E decidiu pôr à venda algumas coisas, e também pedir ajuda, para custear em parte a referida operação criando um blogue - Vamos ajudar o Davis!

No lado direito do blog está a foto do Davis, se clicarem em cima vão ter ao blogue com toda a informação.





quinta-feira, 10 de maio de 2012

Mês de Maio,deixei de gostar de ti

Foi na escola durante a instrução primária ( assim se chamava o actual ensino básico) que a professora nos ensinou durante uma aula da 1ª classe, que o mês de Maio era o mês das rosas.
Também era a altura em que muitas outras flores desabrochavam, não só nos jardins como também nos campos e montes.
Flores expontâneas, milagres da Natureza; os malmequeres amarelos, as papoilas vermelho vivo, os lirios do pasto, réplica singela dos tão apreciados gladíolos.Era de facto o mês das flores. Mais tarde percebi que para a maioria das pessoas, o mês de Maio tinha caracteristicas diferentes além das flores, era também o mês de Maria, e todos os dias à noitinha havia na Igreja uma celebração religiosa, em honra da mãe de Cristo, a Virgem Maria. Rezava-se o terço, e um grupo coral feminino que na altura existia, estava sempre presente com os seus canticos que aos fieis encantava. Era igualmente neste mês que se ia em passeio apanhar o ramo da Hora, na Quinta-Feira da Ascenção, (dia da espiga) constituido por espigas de trigo, de cevada, papoilas, malmequeres e flores de sabugueiro, as perfumadas Maias. Guardava-se este ramo, e quando o relampago cortava os céus e o trovão ribombava medonho e assustador, queimavam-se nas brasas acêsas algumas destas plantas então já secas, com a certeza de que a trovoada amainava, e passava sem causar dano. Também era neste mês que se rumava a Fátima no dia 13 como actualmente se faz, mas talvez com mais recato.
Eu também gostei do mês de Maio durante muitos anos, mas nada é eterno, e este mês que para mim foi lindo durante tanto tempo, mudou, e passou a marcar datas de factos tristes e inesqueciveis. Foi neste mês que vi partir para sempre, algumas das amigas de quem recebi muita estima; na familia também a minha sogra, e até o meu sogro alguns anos antes, faleceu igualmente em Maio, tinha eu então 21 anos, mas nem sequer sonhava que viria a entrar na sua familia.Recordo aquele homem de ar um tanto austero, de andar apressado, sem sorrisos, mas respeitado e respeitador, que levava a mão ao chapéu quando eu o cumprimentava. Como tudo o que podia ter sido e não foi, mais tarde quando entrei na familia Fernandes, lamentei a sua ausência e tive pena, embora nunca tivesse conversado com ele.
Dentro de alguns dias, o calendário vai indicar-me que passaram cinco anos sobre mais um dia triste, que ainda não esqueci nem esquecerei. É uma frase feita, eu sei, mas de facto eu fiquei mais pobre, ao perder a minha mãe.Fiquei; perdi muito de mim e nunca mais fui a mesma.Julgava-me forte, e fui até certo ponto, mas aquele espinho que se chama luto no coração, cravou-se fundo, e eu o acolhi sem reserva por tempo indeterminado. Queria recordá-la aqui, lembrar tanta coisa, mas não consigo, nem sei como começar.
Prefiro colocar a sua fotografia. E reparar como a minha mãe era bonita, aos 31 anos. 

É também uma recordação dum passeio à Figueira, no dia do meu nono aniversário.