domingo, 24 de junho de 2012

A Zanga não matou a amizade

Já há alguns dias que não escrevia nada, nem visitava os outros blogues mas, hoje voltou-me a curiosidade. Abri o computador e cliquei num blogue dum amigo do meu marido, o Custódio Cruz, que também me estima, e a quem eu retribuo do mesmo modo. O referido blogue tem por titulo "voando nas azas do tempo" e é quanto a mim bastante interessante. Há muito que o visito mas nunca deixei comentário,nem mesmo hoje, apesar do teor do texto escrito pelo Custódio e que me mereceu atenção mais demorada.Porém decidi escrever sobre eles, texto e Custódio, aqui no meu cantinho. E começo por dizer então o que penso. - Nem todos são capazes de vir a publico com humildade e contrição, lamentar a morte de alguém, com quem um dia tiveram conflitos, graves ou nem tanto, mas dos quais veio a interrupção da habitual convivência, e até mesmo o trocar de simples palavras.
Mas o Custódio veio, amargurado mesmo, confessar no seu blog a sua mágoa. Num daqueles dias em que a exaltação se sobrepõe sem limites, o Custódio e o Rui Pedro travaram-se de razões, no Café Brasil. Já sabemos que o Custódio Cruz é um homem integro, mas também um poço de gasolina em risco de explodir, e assim aconteceu, foi mais um caso. Ralharam e desandaram, assunto arrumado, talvez até já posto para trás das costas,quem sabe? Só que não voltaram a falar-se.
Agora surgiu a fatalidade; o Rui Pedro deixou de estar entre os vivos. Dum momento para o outro a sua vida terminou num brutal acidente de viação, e o Custódio não consegue calar a sua amargura. Pormenorisa no seu texto, retrata-se mesmo admitindo o seu erro, que já não pode emendar. Como ele gostaria de abraçar o amigo, e dizer- lhe tudo o que lhe vai na alma nesta altura. Como cristão e crente que é, resta-lhe a esperança, que para ele é certeza, do encontro entre ambos no Além.
Não venho tecer elogios de borla nem pagos, o Custódio não precisa deles, mas quis aqui referênciá-lo e apontá-lo como um exemplo, especialmente neste caso em que se pode avaliar o seu carácter, e dizer que estou com ele. A estima e a amizade são bens que perduram, em deterimento das zangas que a nada conduzem.

Custódio! Acalme o seu espirito que é cristão. O Rui Pedro partiu, e lá de longe ele já lhe perdoou. E também quero lembrar-lhe, que embora um mais do que o outro, os culpados são sempre dois...

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Votem neste Martelinho no Facebook para ajudar o Davis!


A minha filha concorreu ao concurso de Martelinhos do S.João do Porto. Se tiver muitos LIKES no Facebook ganha o prémio em dinheiro e esse dinheiro vai para a operação do Davis, o cão shar pei do meu netinho Gabriel. Devem seguir aquele link abaixo. É preciso terem Facebook, eu não tenho. Votem, divulguem nos vossos blogues  e ajudem o Davis!


sábado, 16 de junho de 2012

Foi no passado mês...

Pois meus amigos por aqui por esta pequena cidade que é linda, onde ainda se ouvem cantar os passarinhos, que tem a serra, o rio e o mar, tem estado um sol maravilhoso, um céu azul e
ar quentinho que convida a sair de casa. É só optar por um dos muitos locais aprasíveis, porque a tentação é notória . Bem, eu também caí na boa tentação e fui apanhar ar do puro, lá no alto na serra, a Serra da Boa Viagem com os seus 261,88 metros no ponto mais alto chamado Bandeira.
Tanto para norte como para sul, o panorama é lindíssimo e vasto, vai até onde a nossa visão pode alcançar. Mais perto ao redor de nós, por todo o lado arbustos viçosos perfumavam o ar, e a dar-nos sombra as árvores de várias espécies, que entretanto já apareceram de novo, depois do crime que foi o incêndio de triste memória de há uns anos atrás, e que na altura nos deixou uma árida paisagem lunar de negro e cinza, onde antes havia um oásis de verdura, uma espécie de paraíso.
Sentei-me, ou melhor sentámo-nos, pois não estava só. A conversa entretanto iniciada foi esmorecendo, e eu a certa altura usufruindo daquela paz, daquele socego, em que só os pássaros trinavam, e as ségarrégas ou cigarras, saudavam o tempo quente ensaiando o seu côro sem interrupção ... não, não adormeci, parecia que eu ia dizer isso? Não! Pelo contrário; o contacto com a Natureza faz-me estar acordada e até me convida a pensar, talvez também a meditar, e a refletir.
E foi assim que me achei de olhar parado a pensar para mim própria, alheada já do bem estar que me envolvia. E sobre o que me ocupou a atenção eu vou contar.
-Não sei como tiveram conhecimento do meu contacto telefónico, funcionárias de algumas instituições de bem-fazer. Sabem o meu nome, até já me tratam familiarmente e não há forma de me esquecerem, pois quando menos espero toca o telefone e lá vem uma das vozes que logo identifico.
Eu nunca me atrevi a negar ajuda, detesto a palavra não. Lembro-me sempre duma expressão que diz assim:-
NINGUÉM É TÃO POBRE QUE NÃO POSSA DAR, NEM TÃO RICO QUE NÃO POSSA RECEBER.
Mas nos ultimos dias, tive de negar o meu habitual contributo para mais uma situação premente, e fiquei de imediato triste pelo facto, até porque em pouco tempo foi a terceira vez que eu tive de dizer não.
Quase sem jeito e em termos de confissão, eu disse o motivo da minha recusa, acrescentando mesmo que me sentia envergonhada, porque se me estavam a pedir para um ser humano, eu recusava porque tinha de apoiar um ser vivo mas era um animal, um cão. Jamais esquecerei as palavras da D. Liliana, a Sra. que do outro lado da linha me encorajou a prosseguir, referindo mesmo que eu não devia sentir vergonha pela minha luta, no sentido de dar mais tempo de vida a um animal.
Lembrou-me a propósito, as palavras sábias do grande Mahatma Ghandi, que disse, A GRANDEZA DUM POVO VÊ-SE NA FORMA COMO TRATA OS SEUS ANIMAIS.
Por fim colocou-se a meu lado para ajudar também.

Ao despedir-me agradecida, não pude deixar de pensar " é de Gaia, é do Norte, está tudo dito."

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Guarda-Noturno sem Cassetete

Na cidade onde vivo, nunca me apercebi de haver o serviço de guarda noturno,
creio mesmo que não há, mas em Lisboa sempre ouve. Estes guardas eram muito estimados pelos residentes, que reconheciam o seu trabalho duro, pois enquanto eles dormiam, o guarda noturno zelava pelo seu socego, ainda hoje assim é.
Sempre achei este trabalho algo desagradável por ser feito de noite, e não isento de perigos, visto que o guarda está sósinho na zona que lhe destinaram, e ali anda uma noite inteira na rua, à mercê de todo o mal que lhe possa acontecer. Mesmo sem casos desagradáveis, o frio e a chuva especialmente no inverno, também são factores negativos a ter em conta. Mas é preciso ganhar a vida ...
Do tempo que estou a recordar, a nossa capital era uma cidade calma, só nos bairros era comum haver brigas, que a policia breve dominava. Várias vezes, eu e o meu marido depois de jantarmos em Lisboa, regressavamos a casa vindo a pé desde Almirante Reis até ao Cais onde apanhavamos o Cacilheiro. Era longe mas gostavamos de andar, e embora fosse de noite, como atrás digo não havia perigo. Então calmamente, faziamos um passeio agradável pela cidade sempre bonita,
mas que aquela hora era diferente do que era á luz do sol.
Muita coisa mudou após a nossa linda revolução, que ficou conhecida por Revolução dos Cravos, porque das espingardas dos soldados não partiram tiros, antes floriram, pois todas tinham no cano um cravo vermelho. Ganhou-se a liberdade, mas nem todos entenderam o seu significado; pior, confundiram liberdade com libertinagem e com esse pensamento feito certeza, começaram a agir da pior forma.
Assim, actualmente na nossa Lisboa a tranquilidade deixa muito a desejar, é do dominio publico, basta ler os jornais. Eu leio, e comparando com o passado não posso deixar de lamentar, e tenho pena.
Mas, qual não foi o meu espanto ao ler hoje pela manhã (no computador) esta informação:
" Governo quer proibir armas de fogo e cassetetes aos Guarda Noturnos".
Fiquei em pasmo! Eu não digo que os guardas devam andar aos tiros por tudo e por nada. Mas ao menos que se saiba que eles andam armados. Se possível com arma à vista, para intimidar quem os queira atacar.
Eu não entendo tal ideia. Então um guarda não deve ter uma arma? Secalhar em vez dela, vai passar a trazer uma bandeja com pasteis de Belém e um Térmo com café quente, para dar a quem estiver a iniciar um assalto...

Se alguém entender esta medida do Governo, me explique por favor que eu agradeço, porque sinceramente não entendo.