sexta-feira, 27 de julho de 2012

O Davis já foi operado!

Esta fotografia foi feita ontem de tarde. A minha filha e o meu neto foram levar o Davis ao hospital para ser operado. Já sabemos que correu bem, daqui a 24 horas veremos o resultado, depois ele vai ter de recuperar e até fazer fisioterapia. Para já dorme pois levou uma anestesia muito forte e tem mesmo de ficar sossegado. Vejam mais fotografias nos blogues do Davis:


http://www.vamosajudarodavis.blogspot.com
e
http://www.davis-o-nosso-shar-pei.blogspot.com

Querer é poder!




Bette Calman é uma senhora australiana, tem 83 anos- deu aulas de IOGA durante mais de 40 anos e ainda não perdeu a sua habilidade e elasticidade!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Presidência e Governo ausentes no funeral do Professor Hermano Saraiva

Eu não estive no funeral deste grande português. Mas se o espirito vôa e permanece nalgum lugar, então eu estive lá.
Quando pela televisão vi a saida do funeral, da linda Igreja de Setúbal, eu emocionei-me ao ver os filhos carregando a urna. Soaram também os aplausos do povo; o povo esse sim estava de luto, um luto que se sentia e não se exteriorisava em farpelas, ou óculos negros. Porém das altas esferas do nosso País, eu não vi ninguém... Apenas o Sr. General Ramalho Eanes, com a sua Espôsa a sra. Dra. Manuela.E também o Sr. Professor Rebelo de Sousa. Pensei, que Presidência e Governo ali estariam, e nem só por um momento admiti a ausência, deduzi por isso que possivelmente essas altas individualidades teriam ficado para trás, talvez ainda na Igreja. A T.V. também não "perdeu" muito tempo, para mudar de imagem...
Porém,qual não foi o meu espanto no dia seguinte, quando li no jornal isto :
-"Presidência e Governo não estiveram presentes no funeral."
Fiquei surpreendida pela negativa. Eu nem tenho palavras para exprimir o que penso. Porquê esta exclusão? Por o Professor ter trabalhado para o Estado Novo?
Só posso chamar a isso mentalidade tacanha. Então o Sr. não tinha de trabalhar?
Fez os estudos e não foram poucos (duas formaturas) e depois ficava em casa a olhar o céu... Claro trabalhou onde havia trabalho à altura do seu saber e categoria.
Defendia o Presidente da Républica, pois claro. As pessoas esquecem-se que há 45 anos atrás, não estavamos em Democracia, e que a ninguém era permitido censurar o Governo nem o Presidente
da Républica. Eram intocáveis, aprendiamos isso logo na instrução primária, e era para cumprir. E cumpria-se. Estava mal? Talvez, mas era assim. Entretanto depois do 25 de Abril já todos eram patriotas... mesmo quem nem duas palavras sabia alinhavar, botava palavra; dizer mal é muito fácil. Mesmo entre a maioria dos instruidos, não havia um sentimento de avaliação; no seu conceito quem vinha da Ditadura não tinha mérito. E actualmente as coisas não mudaram muito, constatei o facto aqui mesmo nalguns blogues. Pessoas que se atrevem a reevindicar por situações passadas, que alguns nem conheciam, porque eram creanças na altura, e outros mais crescidos nem as noticias liam, e também porque a censura só deixava vir nos jornais o que entendia. Estes que agora tentam beliscar, nem aos calcanhares do Ministro da Educação Hermano Saraiva hão-de chegar, ainda que vivam mais de cem anos.Nem vale a pena pormenorizar, está à vista...
Mas é muito triste assistir de animo leve,ao desinteresse manifestado pelos actuais governantes e afins, para com os grandes vultos portugueses. Quando faleceu o nosso Nobél, o Presidente da Républica estava nos Açôres em férias, e não quis vir ao funeral.
Que diabo não temos assim prémios Nobél com fartura... mas mesmo assim, o Homem que recebeu este galardão (uma honra para Portugal) o José Saramago, não mereceu a presença do Presidente da Républica no seu funeral. (porque este estava em férias.)
Lamentávelmente, Ontem, como Hoje....

sábado, 21 de julho de 2012

Adeus, Professor Hermano Saraiva

Abri o computador e a noticia caiu-me em cheio. Falo deste modo porque apesar de nunca ter falado com o Sr. Professor Dr. Hermano Saraiva, não o considerava uma pessoa estranha. Pelo contrário, até lhe dedicava uma certa estima,talvez fosse um despropósito, aceito a critica, mas estou a dizer a verdade. Lembro-me muito bem dele como Ministro da Educação, numa época difícil e triste da nossa História, em que os estudantes das Universidades foram maltratados e até perseguidos.Nessa altura ele estava ao serviço do Estado Novo, e naturalmente apoiava os seus governantes. Ficou na lembrança de muitos, e de forma negativa, o momento em que ele clamou contra os estudantes em Coimbra, relevando o então Presidente da Républica Almirante Américo Tomás ali presente.
Posteriormente passou a residir em Brasilia com o cargo de Embaixador de Portugal no Brasil. Já nessa época ele era um valor, um homem distinto, inteligente, culto, viajado,e dotado duma enorme capacidade de trabalho, que manteve até quase ao fim dos seus dias; daí a sua grande obra literária um orgulho para os portugueses. Gostava de Portugal e a ele regressou, falava da nossa história como ninguém, de tal forma que até aqueles que detestavam essa disciplina, o ouviam com agrado. Eu sou suspeita  já referi a minha simpatia, mas gostava muito de o ver e ouvir, e tudo o que dizia sempre me agradava.Procurava não perder nenhum dos seus programas, e tenho muitos deles gravados em video.
Tem algo de surpreendente o facto de, sendo ele uma pessoa de  grande categoria, fôsse em simultâneo duma simplicidade extrema. A propósito quero recordar aqui um facto que me toca : - há uns anos não sei quantos, nem vou verificar a data, o meu marido resolveu criar um Jornal. Foi o Terras de Montemor,que teve uma existência curta, exatamente um ano.Sem vir a propósito quero dizer que foi aliciante, trabalho a dividir pela prata da casa, com a minha filha mais velha a desempenhar uma grande tarefa. Quando se fez o ultimo numero pensámos falar de Fernão Mendes Pinto, natural do nosso Montemor-o-Velho.Nós sabiamos a história dele, mas umas palavras de maior sapiência dariam outro valor ao Jornal. A minha filha escreveu ao Sr. Professor Saraiva pedindo a sua colaboração. Ele não se fez rogado, de imediato chegou um texto, uma carta, e uma fotografia. E tudo de modo tão simples, tão natural, como se nos estivesse a colocar ao seu nível, ou ele próprio descêsse até ao nosso... nunca me vou esquecer.
Hoje a sua vida terminou, e eu não gostei. Mas não vou repetir aquela frase feita, e gasta pelo uso, aquela do "Portugal ficou mais pobre..."  O Sr.Professor Saraiva merece mais do que frases feitas.
O fim é sempre mal aceite, deixa um vazio que nos afecta, mas é a realidade em toda a sua força, inexorável e sem apelo. Mas este grande Homem não morreu. O Professor Hermano Saraiva não morrerá nunca! Apenas parou, e descança agora...