sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Perdoada, ou nem por isso?

Com a regularidade que me é possível eu visito os blogs dos quais sou seguidora. Nem sempre comento, mas gosto de ler o que escrevem, e até leio os comentários ( será coscuvilhice ? ) Se é, desde já mea culpa por tais maldades...
Acontece que passei num dos blogs do Sr. António Querido (Caminhada do Oeste) e senti-me na pele daquele frade que tudo quanto via, tudo cobiçava... e pior ainda do que ele, cobicei e trouxe. É o texto que coloquei antes deste, cujo título é, Quero Ver a Cor de uma Nova Liberdade; da autoria de Júlio Isidro

Ao Senhor António Querido apresento desculpas pela ousadia de não ter pedido primeiro permissão, fiz ao contrário, e fiquei na espectativa de ser perdoada. Serei ? Se não for, prometo já, que de imediato apagarei o referido texto, e renovarei as necessárias desculpas.
Cumprimentos.

Quero Ver a Cor de uma Nova Liberdade

Um texto da autoria de Júlio Isidro.

"NÃO, NÃO ESTOU VELHO!!!!!!
NÃO SOU É SUFICIENTEMENTE NOVO PARA JÁ SABER TUDO!
Passaram 40 anos de um sonho chamado Abril.
E lembro-me do texto de Jorge de Sena…. Não quero morrer sem ver a cor da liberdade.
Passaram quatro décadas e de súbito os portugueses ficam a saber, em espanto, que são responsáveis de uma crise e que a têm que pagar…. civilizadamente, ordenadamente, no respeito das regras da democracia, com manifestações próprias das democracias e greves a que têm direito, mas demonstrando sempre o seu elevado espírito cívico, no sofrer e ….calar.
Sou dos que acreditam na invenção desta crise.

Um “directório” algures decidiu que as classes médias estavam a viver acima da média. E de repente verificou-se que todos os países estão a dever dinheiro uns aos outros…. a dívida soberana entrou no nosso vocabulário e invadiu o dia a dia.
Serviu para despedir, cortar salários, regalias/direitos do chamado Estado Social e o valor do trabalho foi diminuído, embora um nosso ministro tenha dito decerto por lapso, que “o trabalho liberta”, frase escrita no portão de entrada de Auschwitz.
Parece que alguém anda à procura de uma solução que se espera não seja final.
Os homens nascem com direito à felicidade e não apenas à estrita e restrita sobrevivência.
Foi perante o espanto dos portugueses que os velhos ficaram com muito menos do seu contrato com o Estado que se comprometia devolver o investimento de uma vida de trabalho.Mas, daqui a 20 anos isto resolve-se.
Agora, os velhos atónitos, repartem o dinheiro entre os medicamentos e a comida.
E ainda tem que dar para ajudar os filhos e netos num exercício de gestão impossível.
A Igreja e tantas instituições de solidariedade fazem diariamente o miagre da multiplicação dos pães.
Morrem mais velhos em solidão, dão por eles pelo cheiro, os passes sociais impedem-nos de sair de casa, suicidam-se mais pessoas, mata-se mais dentro de casa, maridos, mulheres e filhos mancham-se de sangue , 5% dos sem abrigo têm cursos superiores, consta que há cursos superiores de geração espontânea, mas 81.000 licenciados estão desempregados.
Milhares de alunos saem das universidades porque não têm como pagar as propinas, enquanto que muitos desistem de estudar para procurar trabalho.
Há 200.000 novos emigrantes, e o filme “Gaiola Dourada” faz um milhão de espectadores.
Há terras do interior, sem centro de saúde, sem correios e sem finanças, e os festivais de verão estão cheios com bilhetes de centenas de euros.
Há carros topo de gama para sortear e auto-estradas desertas. Na televisão a gente vê gente a fazer sexo explícito e explicitamente a revelar histórias de vida que exaltam a boçalidade.
Há 50.000 trabalhadores rurais que abandonaram os campos, mas há as grandes vitórias da venda de dívida pública a taxas muito mais altas do que outros países intervencionados.
Há romances de ajustes de contas entre políticos e ex-políticos, mas tudo vai acabar em bem...estar para ambas as partes.
Aumentam as mortes por problemas respiratórios consequência de carências alimentares e higiénicas, há enfermeiros a partir entre lágrimas para Inglaterra e Alemanha para ganharem muito mais do que 3 euros à hora, há o romance do senhor Hollande e o enredo do senhor Obama que tudo tem feito para que o SNS americano seja mesmo para todos os americanos. Também ele tem um sonho…
Há a privatização de empresas portuguesas altamente lucrativas e outras que virão a ser lucrativas. Se são e podem vir a ser, porque é que se vendem?
E há a saída à irlandesa quando eu preferia uma…à francesa.
Há muita gente a opinar, alguns escondidos com o rabo de fora.
E aprendemos neologismos como “inconseguimento” e “irrevogável” que quer dizer exactamente o contrário do que está escrito no dicionário.
Mas há os penalties escalpelizados na TV em câmara lenta, muito lenta e muito discutidos, e muita conversa, muita conversa e nós, distraídos.
E agora, já quase todos sabemos que existiu um pintor chamado Miró, nem que seja por via bancária. Surrealista…
Mas há os meninos que têm que ir à escola nas férias para ter pequeno- almoço e almoço.
E as mães que vão ao banco…. alimentar contra a fome , envergonhadamente , matar a fome dos seus meninos.
É por estes meninos com a esperança de dias melhores prometidos para daqui a 20 anos, pelos velhos sem mais 20 anos de esperança de vida e pelos quarentões com a desconfiança de que não mudarão de vida, que eu não quero morrer sem ver a cor de uma nova liberdade."
Júlio Isidro

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Ainda a dita cuja...


Ai minhas amigas, eu sei que não vos convenço, porque estas imagens nada têm de belo, muito, muito mesmo, pelo contrário. No entanto, modéstia à parte porque fui eu a cozinheira, tenho de confessar que estava uma delícia...para quem gosta. Como diriam as nossas queridas amigas brasileiras, meu marido adorou... Eu ganhei em duplicado porque além do prazer da refeição, ainda recebi elogios. " A vida faz-se destes pequenos nadas..."

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Lampreias no tempêro

Olá amigas!

Muito obrigada pelos vossos comentários acerca do peixe.
Achei imensa graça, fizeram-me sorrir, gostei muito.
Pois de facto trata-se de lampreias. São vertebrados aquáticos ciclóstomos, de forma cilindrica e alongada, identica à enguia. Vivem durante anos no mar, e posteriormente dirigem-se a alguns rios, com a finalidade de desovar, e morrer depois, se entretanto não forem pescadas.Têm pele viscosa sem escamas, e podem atingir um metro de comprimento.
Há quem nem queira ouvir falar em lampreia, e há quem faça longos kilómetros para a ir saborear em restaurante já conhecido. Alguns Lisboetas fazem isso, vêm até Penacova. Também no Minho, em Monção, existe esta especialidade e confecionada de acordo com os seus segredos.Nem todos os rios do nosso País são "condutores" de lampreia, só alguns mais a norte, e a duração da  pesca é limitada e curta em todas as zonas, tornando assim a lampreia um peixe caro.
Aqui na periferia da minha Cidade, onde o rio Mondego caminha para a Foz, há pescadores de lampreia e lampreias, embora eles se queixem de que cada vez há menos quantidade.
Sem intermediários, o meu marido compra ao próprio pescador, que ano após ano sempre promete escolher duas grandinhas. Depois outro amigo (este de infância) que também deixou a nossa terra e vive aqui em contacto com a Natureza, numa casa rodeada de terreno até perder de vista, encarrega-se de as amanhar, e tratar; com vinho, vinagre, alhos, louro e salsa, e acondicionar de modo higiénico para o meu marido trazer no carro. E foi assim ontem, desembrulhei, tirei o têsto e fiz a fotografia.
Hoje arrumei-as na arca frigorífica. Talvez no Domingo cosinhe a primeira metade duma. E porquê só metade? Porque as nossas filhas não gostam. Entretanto, nós os dois gostamos bastante.
Pois amigas, eu compreendo que vos faça impressão, talvez pareça serpente... ou não apreciem o gosto do peixe ou dos condimentos, nomeadamente da nóz moscada...
Gostaria de vos dar a provar, mas antes teriam de ver cosinhar, e sentirem o cheirinho.
De novo, grata pela visitas, e comentários de todas vós.
Também um abraço ao Zito amigo, que sabe de marinadas...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Quem adivinha o que é isto?

O meu marido trouxe-me esta prenda.
Quem adivinha do que se trata?

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Como eles se entendem !


Encontrei esta ternura  no blog do Zito, Arrozcatum, e tratei logo de o informar que ia ser roubado por mim, pois queria muito colocar esta foto no meu blog.Aviso feito, procedi à acção, e aqui está uma atitude de carinho, linda, que fará inveja aos humanos, adultos.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Ondas gigantes na ponta de Sagres



Dizem que amanhã o Atlântico vai ter uma das maiores tempestades de sempre. A inglaterra está à espera do pior. Por aqui também estão a avisar para as pessoa ficarem longe da costa. As ondas que aqui podem ver foram causadas pela tempestade Hércules, em janeiro. Isto é na ponta de Sagres, em Portugal. Muito bonito mas mete medo!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Tem lá dentro um passarinho

Sei um ninho. 
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.

Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...


Miguel Torga

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O Cinema em Tempos Idos

O cinema (os filmes)
Nesta época do ano esta arte é lembrada com mais assiduidade. Fala-se nos realizadores, nos atores, e nos filmes candidatos a óscares, e a césares, dão-se opiniões, fazem-se vaticinios, e na noite das entregas dos almejados troféus assiste-se à cerimónia, que vale a pena ver, até por razões de elegancia e luxo de indumentárias.
Comecei por  pensar nesta realidade actual, mas acabei  por me deter no passado,  num recuo de muitos anos, situando-me nas recordações de que faço as minhas histórias. E lembrei-me do cinema, no meu Montemor-o-Velho, e eu pequenita a assistir quando ainda não havia classificação especial em relação à idade dos espectadores. Eu teria talvez uns cinco anos, podia estar ao colo... mas o meu pai não queria, e comprava sempre um lugar para mim. A minha mãe levava um banquito que ela própria tinha tornado confortável, acoplando-lhe uma almofada de tecido colorido. Colocava-o no lugar marcado e aí estava eu instalada à altura dos adultos. Só havia cinema de mês a mês, mesmo mais tarde, quando eu já não precisava do banquito...
E era assim: com oito dias de antecedência aparecia nas poucas lojas da Vila a publicidade; um retangulo de papel de seda de côr garrida com a fotografia dum ou dois dos atores intervenientes, umas palavras chamativas, a data e a hora. Depois
no dia marcado, pelas quatro horas chegava a furgoneta com os apetrechos para a projeção, e logo, logo, instalavam na varanda do Teatro a aparelhagem sonora que transmitia em muito alta voz, fados, cançonetas, folclore, até à hora de jantar. O filme começava ás nove. Ir ao cinema em dia de semana era um prazer enorme. Eram filmes muito rodados, às vezes partiam, as pessoas lamentavam, mas ninguém refilava, era o que havia... Mas foi ali que vi o Vasco Santana, o António Silva, a Beatriz Costa,e mais grandes atores intervenientes nesses filmes portugueses, que ainda hoje vemos com agrado na TV Memória, ou que até guardamos na nossa estante.
Talvez por ter começado  muito cedo a ir ao cinema, mesmo tendo em conta que pouco devia perceber, a verdade é que ainda hoje gosto bastante, embora não de todos os filmes da actualidade. Recordo que em Lisboa iamos de vez em quando ao cinema, e em Braga onde vivemos onze anos, iamos muitas vezes, nessa altura era barato. Agora o cinema tornou-se caro, algumas salas são desconfortáveis, e embora o grande ecran seja uma tentação, optamos pela comodidade do sofá e bastamo-nos com a imagem reduzida; o filme vem ter a casa, e se não agrada escolhe-se outro ou simplesmente anula-se a transmissão.Tudo fácil.
Mas o encanto daqueles tempos, apesar do péssimo sonoro, roufenho tantas vezes, da fita que partia,do filme que por vezes não valia nada, deixou marcas, tanto assim que hoje o recordei.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Passarinhos à Janela

Um dos lados do prédio onde moro dá para esta pracinha. Tem iluminação,verdura, algumas árvores e tem estas montanhas de cimento... Quando viemos para aqui viver, o chão que tinha sido terra de cultivo estava árido e sem vegetação alguma. Mas deste lado da casa, da varanda, eu via a encosta com mata e um bocado da Serra da Boa Viagem com umas casinhas lá no cimo. Foi assim durante algum tempo, mas um dia de manhã reparei que andavam uns homens a marcar o chão com tinta branca; fácilmente adivinhei a perspectiva. Era o principio da obra, esta, que me vedou a possibilidade de ver a Serra. Não me devia lamentar, porque ainda tinha mais duas frentes com o horisonte livre; só que esta também me agradava.
Mas não foi para fazer queixas que coloquei esta foto; eu até já me habituei a conviver com estes mamarráchos feitos casas. Hoje venho falar dos passarinhos: todos os dias ao fim da tarde, junta-se um enorme bando de passarinhos, que escolhem sempre os tres andares superiores do prédio que está em primeiro plano. Poisam no peitoril das seis janelas (nas varandas não) e dali saem num vôo, num bailado em voltas e reviravoltas, um encanto. Mas o mais surpreeendente, é que uns andam na revoada e uma grande quantidade deles está postada nas janelas como que a assistir. Eu acho que eles se revezam. Esta dança dura um bom bocado. Quis fotografá-los e consegui, porque o tempo estava de chuva e eles bailaram mais cêdo, mas como a distância ainda é considerável, quase não se percebe que estão lá, embora com tempo seco, eles sejam muitos mais. Aumentando a imagem consegue-se ver os pontinhos negros. A bailar não consigo fotografá-los, nem tento.
As pessoas que estudam o comportamento das aves, têm opinião para isto, eu não tenho, só que achei engraçado, e vim dar-vos conta desta descoberta que me entusiasmou.