terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O Meu Obrigada


Caras amigas e amigos, esta sou eu, hoje. Bem diferente do que era há cinquenta anos atrás... Pois, todos nos recordamos da canção que dizia "porque a beleza é fugidia como a aurora..." E é verdade. Por isso, é que se lhe dá valor, à beleza, porque ela vai sumindo e não volta.
Hoje fiz esta foto a mim própria, com a minha máquina fotográfica, e como tal não escolhi bem o cenário, é o meu museu, que não favoreceu nada.
Mas o propósito era  eu vir aqui deixar os meus agradecimentos pelos Parabéns que recebi  na data das minhas (nossas) Bodas de Ouro. E então aqui estou, manifestando a minha gratidão, e contente por ter amigas e amigos que "apareceram" para me mimar naquela data única.
Peço que aceitem, um beijinho da velhota.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

BODAS de OURO

                       
                                FOI ASSIM HÁ 50 ANOS

                             (16 - 1 - 1966 ) (16 - 1 - 2016 )

Entre ondas revôltas, e mares de pequena vaga, conseguimos lado a lado ultrapassar os obstáculos, e manter-nos à superfície.
Força Suprema, permitiu vida e saúde para  vivermos esta data única, assinalada como Bodas de Ouro.

Estes noivinhos de loiça, (que no bolo de noiva) também foram companheiros da nossa festa em 1966, estão de modo igual a festejar as suas Bodas de Ouro... merecem por isso fotografia.

*
O meu neto, um mocinho já crescido (13 anos) trouxe -me estas flores, lindas. Planta de esperança, a avaliar pelas várias flores ainda em botão.

Em datas marcantes, os amigos aparecem - quero aqui relevar o Zito, amigo sempre gentil, que nos enviou este presente muito gracioso, uma surpresa linda que nos deixou enternecidos; vai o nosso agradecimento, e um grande abraço dos velhotes.

E também um abraço grande ao Valdemar, (o decano...) pelas felicitações cheias de espírito, com que nos brindou nesta data.

domingo, 3 de janeiro de 2016

A queda em duplicado

Naquela sexta feira, eu fui às compras ao supermercado.Durante muitos anos comprava num mini mercado uma vez por mês, e entregavam em casa sem eu precisar de me deslocar - até a encomenda fazia por telefone. Mas tudo mudou com as enormes superfícies de vendas que se instalaram na cidade. Uma a uma, as mercearias fecharam, e o "meu" mini mercado aguentou-se mais uns tempos, mas posteriormente e com pena minha, também encerrou as suas portas. O ser humano tem o poder de se adaptar, e eu não sou excepção - tornei-me cliente dum supermercado que se situa perto da minha residência, e não quero outro.
Vou até lá a pé, faço as compras calmamente, distribuo os artigos pelos quatro sacos grandes e fortes, só usados para este fim, e entretanto o meu marido vem para almoçar, mas antes encontra-se lá comigo para trazer tudo no carro para casa.  
Aqui chegados, o carro fica no estacionamento da urbanização. Ele não é pessoa de fazer caminho pra cá e pra lá, do carro até à entrada do prédio - pega nos sacos todos duma vez, dois em cada mão, pesadíssimos, e apressado aí vai ele...

Mas por vezes manifesta-se, meio a sério, meio a brincar, e diz:
- Ora esta, pra que um homem se casa - e estou a ver que vai ser assim até ao fim da vida...  
E eu a rir sempre lhe respondo
- então que queres, tu prometêste... 
e ele confirma; Pois, prometi ! - Bem me tramei !!!
Mas foi verdade - uma promessa que hoje ninguém faz... 
Foi quando pediu para eu namorar com ele, naquele tempo em que namoro não tinha o mesmo significado que hoje tem, entre outras coisas que eram relevantes, também prometeu que carregaria os volumes pesados - amável, sem dúvida... 
Pois nessa tal sexta feira, os sacos estavam com muitas compras, e eu também segurava numa das mãos  um frascão dum produto liquido para lavar a roupa. A outra estava livre, apenas a carteira no braço, e foi com essa mão que acionei o elevador.  
Logo depois reparei que do andar inferior ao nosso tinham premido o botão, pelo que iríamos parar lá. E disse ao meu marido, vamos ter uma paragem extra.
Era a nossa vizinha  Rosa, que mal abriu a porta fez uma exclamação de surpresa agradável... cumprimentos, palavras ruidosas de ocasião, e entrou no elevador ao mesmo tempo que dizia - eu também vou, depois venho pra baixo - os sacos ocupavam espaço, não era muito boa opção, pensei, mas não disse nada. Contudo adverti-a que se afastásse da porta, e que agarrasse o vestido. (que era comprido e esvoaçante.)
Chegámos logo, era no piso seguinte - ela tinha de sair primeiro, para depois nós sairmos. Ainda pôs o pé no chão fora do elevador, mas logo entrou em desiquílibrio, e impossível de parar murmurou, olha, olha, e estatelou-se no chão - acto continuo o meu marido sem largar os sacos, fez igual, e ainda com os mais de cem quilos da sua pessoa, caiu de barriga em cima dela. 
Ambos altos, tiveram sorte por não baterem com a cabeça no gradeamento de ferro que guarnece a escada, porque caíram enviesados, mas os pés atravancaram a saída  do elevador, não me deixando espaço para eu passar e acudir, foi uma aflição pra mim.
Sem ajuda, lentamente levantaram-se, e já estavam de pé, aturdidos compondo as roupas, mas calados. O meu marido estava bem, mas a Rosa é uma pessoa doente, e eu sentia-me muito preocupada com ela; e por isso insistia várias vezes na mesma pergunta  - se estava magoada - ansiando por uma resposta que me tranquilizasse, e que tardava.
Então finalmente, depois de alguns segundos de silêncio que me pareceram horas, ela olhou para mim e muito séria, respondeu-me - pôrra, que ele é pesado...  

(A causa das quedas, foi o elevador ter parado desnivelado em relação ao pavimento fixo.)

Só falta dizer que ao fim da tarde, arrumados os meus receios, eu lembrei a cena, perfeita, qual pedacinho dum filme. (esta sem ensaios) - e dei num riso imparável, até ás lágrimas.