Quando eu era nova, o tempo não me influenciava. Chuva ou sol e até o frio, nunca foram factores que alterássem os meus projectos. E se fazia frio?! Abrir a janela pela manhã e ver o espaço que ladeava a vala, branquinho de geáda, era comum dia após dia. A vala era um curso de água desviado do Mondego e que atravessava a Vila. Assim, uma fila de casas de norte a sul, tinham como vista principal a água, e logo depois as terras compostas com o verde das searas pouco depois das sementeiras, e do béje aquando das colheitas. Recordo todo esse percurso da Natureza, e o trabalho do Homem. Recordo e présto o meu respeito aos lavradores, que ali andavam dias inteiros segurando o arado, comandando o gado e "falando" com ele... Eram os Emilios, tres irmãos todos lavradores. Logo pela manhã com o gado puxando o carro, lá ia o Sr.Francisco... Se eu estava á porta ele dizia adeus, e tirava o chapéu. Eu acho que antigamente havia mais estima entre as pessoas... Estarei a pensar errado? Não sei. Sei que estimava muito este Sr. que era afilhado do meu Pai. Aliás eram afilhados do casamento os tres irmãos.
A vala hoje já não existe, estou a falar da minha terra, de Montemor-o-Velho.
Mas eu comecei por dar a entender que actualmente o tempo me influencía, e é verdade. Aproximação de trovoada dá-me mesmo mal estar, não é mania. Tempo escuro faz-me ficar triste. E ontem foi mesmo isso que me aconteceu. Eu tinha ouvido na rádio repetidas vezes que em Lisboa o sol tinha-se ausentado, que o céu estava cinzentão e que estava a chover. No entanto aqui na minha Figueira estava um sol brilhante e quentinho, que bom! Mas a certa altura também se escondeu. E daí a pouco o som duns pingos de chuva fez-se ouvir nos vidros da janela; e a seguir veio o granizo e o tempo escureceu. Aborrecida, levantei-me, e fui à varanda: fiquei a olhar a rua, os automóveis seguindo devagar por precaução, e o céu côr de chumbo. Daí a pouco começou a aclarar, e um arco iris apareceu no céu. Tão colorido, tão bonito! E coisa rara, inteiro; "parecia" começar no estádio de futebol e terminar no parque de campismo... A sua curva, qual abóbada, retinha dentro de si toda a urbanisação, onde num dos prédios eu me encontrava. Lamentei não ter uma máquina fotográfica que captásse por inteiro o bonito Arco Irís.
Fui buscar a minha pequenina, e como se costuma dizer "cada um dá o que tem..."
Fotografei só, dois pedacinhos do arco. A totalidade, ficou apenas na minha memória, e a imaginação ajudará a quem ler o que contei.
4 comentários:
Querida, lindo Post! A foto conseguiu captar a beleza do lindo arco iris.Memórias trazem o passado para bem perto de nós.Obrigada por compartilhar.
Felicidades sempre.Bjs Eloah
Querida Eloah
Grata pela visita e por suas palavras,sempre tão amáveis.
Beijinho,e tudo de bom para si.
Ahhhhhhh que lindo, Dilita!!!
Deus é magnífico, ele nos presenteia com surpresas lindas e você teve olhos para ver e sentir toda a beleza do momento!!!!
Acho que você tem razão. A estima entre as pessoas se esfria. Os costumes, os hábitos, a correria, a indiferença, colaboram para isso. Uma pena!!!
Beijinhos,
Um lindo dia para você,
Lígia e famíliaღ╮♥⊰✿⊱♥╰ღ╮♥⊰✿⊱♥╭ღ╯
Obrigada Ligia.
Os fenómenos da Natureza nos transcendem. Este é sempre bonito!
Pena não conseguir captar todo, estava tão perfeitinho, e tão grandioso...
Beijinho
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