domingo, 20 de março de 2016

Recordando Nicolau Breyner

Foi na passada semana. Mas embora eu não tenha escrito nada sobre o facto tão falado na altura, tive conhecimento e lamentei a perda. Refiro-me ao desaparecimento da vida terrena do Actor Nicolau Breyner.
E qual foi o português que não terá feito um Ah... misto de espanto, e de pena?!  Nenhum!
A Televisão trouxe-o até nossas casas, e por isso o conhecia como Actor excelente que era, não o recordo apenas nos papéis cómicos, mas também nos papéis ditos sérios, em que era igualmente perfeito.
Como pessoa, os que com ele conviveram de perto, são unânimes na afirmação de que era um homem superdotado de qualidades, destituído de vaidades ou caprichos, amigo desinteressado e sempre solidário.
E como é bonito deixar atrás de si, quando o corpo desaparece em pó, lembranças tão ricas !

São pessoas assim que fazem a diferença...
Está em Paz, Nicolau !

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Quero também aqui  recordar Joaquim Rosa, outro actor igualmente desaparecido há poucos dias. Pouco se falou acerca do seu falecimento. Contudo era um Grande Actor. Tinha uma dicção correcta e uma voz de tonalidade inconfundível.
Nunca esquecerei a sua interpretação no papel de Tomaz Moor...
- E daí para cá (pois foi há muito tempo) quantos personagens
ele incarnou, magistralmente?!
Muitos; tantos e sempre com êxito.
Porém, parece-me já votado ao esquecimento, mas...
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«Não choreis nunca os mortos esquecidos
Na funda escuridão das sepulturas.
Deixai crescer, à solta, as ervas duras
Sobre os seus corpos vãos adormecidos.

E quando, à tarde, o Sol, entre brasidos,
Agonizar... Guardai, longe, as doçuras
Das vossas orações, calmas e puras,
Para os que vivem, mudos e vencidos.

Lembrai-vos dos aflitos, dos cativos,
Da multidão sem fim dos que são vivos,
Dos tristes que não podem esquecer.

E, ao meditar, então, na paz da Morte,
Vereis, talvez, como é suave a sorte
Daqueles que deixaram de sofrer.»

(Pedro Homem De Melo)

4 comentários:

Viviana disse...

Olá, Dilita!

Sim, tem razão, boa amiga.

Creio que todos os portugueses sentiram muito e ficaram tristes, com a morte do grande actor Nicolau Breyner.

Lembramos o seu rosto e ficamos em silêncio...

Que bom que a amiga nos trouxe aqui, este tão belo e profundo poema do"nosso" mui saudoso e mui lembrado (por nós) - poeta Pedro Homem de Mello...
Este, eu não conhecia.

Fui ver nos meus dois livros que tenho dele:

SEGREDOS e BODAS VERMELHAS, e não consta.

Aonde é que a amiga o encontrou?


Desejo-lhe uma linda e abençoada semana
O meu grande abraço
Viviana



Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Querida Dilita, que triste sabermos de mortes de pessoas que fizeram a diferença na vida de muitos , mas que nem foram lembrados quando daqui se foram. Muito triste. Bonito gesto, o seu de trazê-los a nós em seu blog. O poema é magnífico. Grande abraço!

Unknown disse...

Subscrevo e saúdo, texto e poema...Nico será uma memória permanente para os que tiveram o privilégio de o conhecer como pessoa e/o o admirar como artista da mais pura gêma!
Saudações amigas,
Zito

jair machado rodrigues disse...

Comovente post minha querida amiga Dilita, minha parente portuguesa...gosto muito dessa profissão de actor, na minha juventude atuei em poucas peças, mas o amor a esta arte nunca morreu em mim, agora só como expectador. Dois extremos, para um tanto, para outro nada, durante a vida vivemos assim, neste dilema, alguns conseguem tudo e outros nem tanto, na morte não seria diferente...este poeta Homem de Melo se tornou um oásis no meu deserto, onde a morte é tão intensa quanto o Sol, com doces palavras no diz da amargura do esquecimento e da morte, um belo poema.
ps. Carinho respeito e abraço