segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Será para melhor?

O prédio onde vivo situa-se num entroncamento. Uma rua vem terminar numa via de quase transito rápido controlado por semáforos. Apesar dos prédios que por aqui foram nascendo em quantidade, algumas árvores que ladeavam a rua foram poupadas. Eram quatro, mas há uns anos atrás alinharam o passeio e uma delas foi sacrificada.
Aterrada, porque me dói maltratarem as árvores, vi as  raizes do bonito e grande plátano emergirem da terra pela força bruta dos ferros filados ao grosso tronco, abanando-o violentamente e elevando depois a árvore como se dum pequeno arbusto se tratásse, para logo a deixarem cair inteirinha por terra. Na minha ignorância pensei que seria replantada, pensei errado. As outras três continuaram de pé. Depois da poda periódica enchiam-se de folhagem nova, eram abrigo dos passarinhos, e era também um gosto ver aquele verde mudar de tom consoante o tempo que fazia. Ao lado num terreno que ficara abandonado por falecimento do respectivo dono, foi criado um espaço verde, plantaram algumas árvores de pequeno porte o chão foi arrelvado, e uma sebe de arbustos separava o passeio de calçada. Esta obra foi feita há uns sete anos. Algumas árvores não vingaram, outras cresceram,entre elas havia um  pinheirinho manso redondinho um amor, e aquele tapete verde ao qual não faltava frescura pela rega adequada estava bonito. E digo estava, porque actualmente já nada disto existe.
As máquinas invadiram o espaço e tudo o que era verde desapareceu em pouco tempo. Quando me apercebi de que os plátanos também estavam a ser cortados deixei a janela não quis vê-los cair, dá-me pena sinto-me mal... Em frente no outro lado outrora era mata, mas actualmente só alguns choupos ainda resistiam e agora tiveram sorte igual. É o preço do progresso por certo inevitável.
E assim dos dois lados da rua, as obras estão iniciadas. Pó e barulho dia após dia a toda a hora.
Segundo o que ouvi dizer, vou ter na frente da minha residência um supermercado e uma rotunda.Talvez eu venha a ser beneficiada de algum modo com esta transformação, mas por agora tenho pena das árvores.



( Fotos feitas a partir da minha janela no 5º andar )

3 comentários:

jair machado rodrigues disse...

Querida Dilita, minha amiga irmã filha de Deus e minha doce parente portuguesa com certeza, me dói também tua dor, as árvores, estes seres que de minuta semente transforman-se em seres gigantesi, mas indefesos perante a maldfade oiu necessidade do homem, progresso ? As árvores s]ao meus seres másgicos, e reais, pois dependemos delas, precisamos respirar. Dói-me tua dor, porque amo as árvores e as admiro, venero até...belo e triste post.
ps. Carinho respeitoe abraço.

Nouredini.'. Heide Oliveira disse...

Querida, li sobre isto no teu Face ou no do Seu Olímpio. Infelizmente, o descaso com a natureza e com as pessoas é uma constante.
Cheia de saudades,

Abraços,

Nouredini

dilita disse...

Amigo Jair

As árvores se foram e os passarinhos debandaram. Não mais os teremos pousados no peitoril das nossas janelas sujando é certo, mas a melodia com que nos saudavam na calma madrugada tudo compensava.
O melro, "madrugador jovial" que até entre chuvadas logo cantava e ia catando insectos no relvado... Já é passado, e em mim ficará a recordação mas não isenta de pena.
Grata pela visita aqui, e palavras amigas.
Abraço.
Dilita