sábado, 2 de outubro de 2021

O desejo do peixe...

 Foi há muito tempo. Fim dos anos trinta.


Era verão, e na quinta do Taipal em Montemor -o-Velho era grande  a azáfama nos trabalhos do arroz. Naquela tarde, aquele rancho de raparigas e mulheres mais velhas iam voltar a entrar na marinha retomando o trabalho, depois de terem enganado o estômago com pouco mais do que uma bucha e passado pelo sono, deitadas ali perto no chão agora duro e seco.
Uma delas adiantou-se e reparou que se aproximava um trabalhador com uma vêrga na mão cheia de peixes enfiados, luzidios, frescos... Alegremente, perguntou-lhe em jeito de certeza "foi ao peixe e trás muitos vai dar-me um peixe, não vai? " Êle carrancudo replicou "você esteve a dormir a sésta não esteve? " Ela assentiu, sorrindo. " Pois, enquanto você esteve a dormir eu andei na barroca a apanhar os peixes. "E seguiu caminho a acomodar a pescaria para depois também ele ir "ferrar" ao trabalho.
A tarefa recomeçou para todo o rancho, e algumas môças cantavam ao desafio, mas daí a pouco repararam que a Alice trabalhava mas, em silêncio estava a chorar. Com preocupação acercaram-se logo para saberem o porquê, mas ela algo envergonha evitava dizer a causa daquela tristeza que não conseguia dominar. Porém, as mulheres mais velhas, sábias pelas agruras da vida logo adivinharam... quem sabe se não o sabiam por experiência própria, eram tempos de pouco dinheiro, de comida magra e pouca. O organismo humano fálho de vitaminas, nestes casos, reage e aparecem os desejos incontroláveis tão conhecidos, na gente pobre... ela esperava um bébé estava á vista este desiquilibrio nervoso. Uma delas penalizada falou-lhe baixinho, "a Alice está a chorar por causa do peixe"... não, respondeu ela. "Está, está, e logo o meu homem está preso, se não, ele ia ao peixe e eu dava-lhe." O homem dela era pescador no rio, um bom homem, mas bebia e batia-lhe, ela gritava e a guarda ia e prendia-o, e no dia seguinte libertava-o. Outra companheira indignada dirigiu-se ao bruto como ela lhe chamou e avisou-o, se acontecer algum mal à rapariga somos todas testemunhas e vamos denunciá-lo na G.N.R. O dia terminou e com as companheiras ela regressou à aldeia que ficava distante da Vila, mas ao deixar a Quinta voltou o chôro. Então a prima Nazaré ofereceu, "olha lá Alice e se tu bebesses um copito de aguardente?,,, eu pago, vamos ali à taberna da leiteira" era uma tasca quase imunda situada à beira da estrada perto de Quinhendros. Ela não aceitou, mas riu-se, o que já foi um progresso.
  

3 comentários:

Ivone disse...

Querida Dilita, quanto tempo, saudade de você!
Que prazer ler aqui seu belo conto,melhor prazer então é de ver que aqui estás escrevendo e nos dando notícias suas!
O final da estória foi bom, o sorriso sempre é difícil aos que sofrem!
Amei ler, abraços bem apertados!

Ivone

dilita disse...


Querida Ivone, tantas saudades também. E eu lembro amiúde, mas vou adiando. E saudades do tempo em que o blogue nos mantinha tão perto...

Muito obrigada por tuas palavras tão lindas, tão amigas.
Amanhã vou visitar o Peias...
Beijinhos!
Dilita

Bowen Higgins disse...

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