domingo, 31 de janeiro de 2010

Ó tempo volta p'ra trás ? Não ! Tudo está certo na hora certa!



Passaram há dias 44 anos sobre esta foto,e naturalmente sobre o que ela representa especialmente para mim.
Foi um acontecimento na minha terra,como era sempre com todos os casamentos que se realisavam naquela época.Ainda hoje eu retenho na memória a imagem duma multidão postada à entrada da Igreja à minha espera; e eu muito vaidosa (nesse dia) não contive a exclamação ”eia tanta gente! “ Ao que o Sr.Panão que me conduzia no táxi respondeu,então não queria que viessem? Isso até seria um pecado não a virem ver... Outros tempos aqueles ; se eram melhores,se eram piores não dou opinião.Sei porque vivi naquela época, que havia um grande sentido de responsabilidade,respeito pelos pais,mêdo da opinião publica,havia até uma frase muito divulgada que era : ”temos de dar satisfações ao mundo” ... A palavra namorar não tinha o significado que tem agora. Ter namorado (ou conversado), aceitar namoro,era digamos uma promessa mútua com vista a casar; o tempo de namoro antecedia o noivado,(dia do pedido) em que então se marcava o casamento.Mas não havia “estreia antecipada”,e quando o lume ao pé da estôpa vinha o diabo e assoprava,”o tal mundo”, manifestava-se sem dó nem piedade,instalava-se o falatório chuviam as criticas e até más palavras. Em casa era o desanimo; ralhos, tareia,lágrimas,chamavam-lhe mesmo desgosto os pais entristecidos; e casamento seria na missa das 7 da manhã,só com os padrinhos e sem festa.Em circunstâncias “ditas normais”, um casamento era sempre um acontecimento de alegria,e até alguma vaidade entre familiares. E era assim: Sacramento do Matrimónio na Igreja,depois a bôda durante horas, e finalmente então o “enfim-sós”.

Os anos passaram,e muitos! E é com saudade que recordo esse dia único, o do nosso casamento;ainda me vejo vestida de renda, e véu (de metros) a arrastar pelo chão;a cerimónia na Igreja com o Padre paramentado especialmente para o acto,com capa adamascada;o almoço prolongado com os convidados,a viagem para Lisboa em 1ªclasse,no combóio-rápido,tudo já tão distante... Costumamos ano após ano, sempre comemorar indo jantar sózinhos.Este ano queriamos fugir ao habitual,projectámos um fim de semana fora,a data caía nele,e até havia o facto da capicúa,possivelmente seria a ultima,mas o tempo demasiado invernoso mandou que ficássemos em casa,segredando-nos baixinho que já temos idade para ter juíso... e ficámos!

9 comentários:

Anónimo disse...

A miuda era gira.

Anónimo disse...

O Olimpio teve gosto

Anónimo disse...

Era muito gira,é verdade. Cintura fina,e pernas bem feitas,dava para olhar...
Bem me lembro,e o que ela diz é verdade.
Sou o velho montemorense.

Anónimo disse...

Ele também era giro,alto elegante e bonito.
Não era esta coisa assim grandalhão que ele é agora.
Naquele dia eles pareciam uns príncipes...
(eu também fui ver)

Abraço para ambos,de alguém da Barca.

Anónimo disse...

Só agora li estas recordações.Linda fografia. Bonito casal em felicidade que transparece! Foi hà muito tempo,mas é agradável recordar,e nós gostamos de ver!

Anónimo disse...

mas que giros!
44?!!!!

Bolas! Como é possível!!!!
Felicidades!
(mas não é preciso desejar...devem saber a receita....)

Rogério Neves disse...

Histórias bonitas que hoje são raras.
Dilita Leva-me seis anos de avanço pois no ultimo Agosto comemorei38 anos de casamento que me deram uma filha que este ano em JUnho me presenteou com o meu primeiro e até agora único neto.
Sem lamechisses mas recordar de bom o que a vida nos deu é estar em paz com nós próprios.

Nouredini.'. Heide Oliveira disse...

Querida
Feliz os que tem boas recordações. Diria, sem medo de erro, que é viver no paraíso.
Tenho comigo a tese que o melhor porta-retratos é a memória e este seu relato só comprova.
A foto estam oa o instante que a memória tece em lingos e jubilosos fios, comk num bordado caprichado. Um colcha de pedaços alegres e tristes unidos, vividos com fé, esperança e confiança ao lado de quem ama.
Minha querida amiga não arrisco a dizer o que mais me chama a atenção: a beleza da noiva; o orgulho do noivo ou a felicidade de ambos.
Com sua licença, vou roubar a foto. Aliás, confesso que roubei a dos dois ajoelhados junto ao padre.
Não resisti.
Beijos e votos de muitis anos felizes juntos.


P. S Os dentes estão ótimos.

Nouredini.'. Heide Oliveira disse...

Querida
Feliz os que tem boas recordações. Diria, sem medo de erro, que é viver no paraíso.
Tenho comigo a tese que o melhor porta-retratos é a memória e este seu relato só comprova.
A foto estam oa o instante que a memória tece em lingos e jubilosos fios, comk num bordado caprichado. Um colcha de pedaços alegres e tristes unidos, vividos com fé, esperança e confiança ao lado de quem ama.
Minha querida amiga não arrisco a dizer o que mais me chama a atenção: a beleza da noiva; o orgulho do noivo ou a felicidade de ambos.
Com sua licença, vou roubar a foto. Aliás, confesso que roubei a dos dois ajoelhados junto ao padre.
Não resisti.
Beijos e votos de muitis anos felizes juntos.


P. S Os dentes estão ótimos.