sábado, 16 de junho de 2012

Foi no passado mês...

Pois meus amigos por aqui por esta pequena cidade que é linda, onde ainda se ouvem cantar os passarinhos, que tem a serra, o rio e o mar, tem estado um sol maravilhoso, um céu azul e
ar quentinho que convida a sair de casa. É só optar por um dos muitos locais aprasíveis, porque a tentação é notória . Bem, eu também caí na boa tentação e fui apanhar ar do puro, lá no alto na serra, a Serra da Boa Viagem com os seus 261,88 metros no ponto mais alto chamado Bandeira.
Tanto para norte como para sul, o panorama é lindíssimo e vasto, vai até onde a nossa visão pode alcançar. Mais perto ao redor de nós, por todo o lado arbustos viçosos perfumavam o ar, e a dar-nos sombra as árvores de várias espécies, que entretanto já apareceram de novo, depois do crime que foi o incêndio de triste memória de há uns anos atrás, e que na altura nos deixou uma árida paisagem lunar de negro e cinza, onde antes havia um oásis de verdura, uma espécie de paraíso.
Sentei-me, ou melhor sentámo-nos, pois não estava só. A conversa entretanto iniciada foi esmorecendo, e eu a certa altura usufruindo daquela paz, daquele socego, em que só os pássaros trinavam, e as ségarrégas ou cigarras, saudavam o tempo quente ensaiando o seu côro sem interrupção ... não, não adormeci, parecia que eu ia dizer isso? Não! Pelo contrário; o contacto com a Natureza faz-me estar acordada e até me convida a pensar, talvez também a meditar, e a refletir.
E foi assim que me achei de olhar parado a pensar para mim própria, alheada já do bem estar que me envolvia. E sobre o que me ocupou a atenção eu vou contar.
-Não sei como tiveram conhecimento do meu contacto telefónico, funcionárias de algumas instituições de bem-fazer. Sabem o meu nome, até já me tratam familiarmente e não há forma de me esquecerem, pois quando menos espero toca o telefone e lá vem uma das vozes que logo identifico.
Eu nunca me atrevi a negar ajuda, detesto a palavra não. Lembro-me sempre duma expressão que diz assim:-
NINGUÉM É TÃO POBRE QUE NÃO POSSA DAR, NEM TÃO RICO QUE NÃO POSSA RECEBER.
Mas nos ultimos dias, tive de negar o meu habitual contributo para mais uma situação premente, e fiquei de imediato triste pelo facto, até porque em pouco tempo foi a terceira vez que eu tive de dizer não.
Quase sem jeito e em termos de confissão, eu disse o motivo da minha recusa, acrescentando mesmo que me sentia envergonhada, porque se me estavam a pedir para um ser humano, eu recusava porque tinha de apoiar um ser vivo mas era um animal, um cão. Jamais esquecerei as palavras da D. Liliana, a Sra. que do outro lado da linha me encorajou a prosseguir, referindo mesmo que eu não devia sentir vergonha pela minha luta, no sentido de dar mais tempo de vida a um animal.
Lembrou-me a propósito, as palavras sábias do grande Mahatma Ghandi, que disse, A GRANDEZA DUM POVO VÊ-SE NA FORMA COMO TRATA OS SEUS ANIMAIS.
Por fim colocou-se a meu lado para ajudar também.

Ao despedir-me agradecida, não pude deixar de pensar " é de Gaia, é do Norte, está tudo dito."

5 comentários:

Tétisq disse...

concordo com as palavras sábias...espero que esteja tudo bem consigo e que o companheiro da família vença esta luta.*

Graça Sampaio disse...

Que sorte! Essa senhora é uma pessoa bem formada! Que há muita gente que, como se trata de animais, não temos obrigação nem dever de gastar dinheiro ou de nos preocuparmos.

Bela história!

Beijinho

dilita disse...

Tétisq
Estou bem.
O companheiro da familia está em lista de espera (como os humanos)
para a operação.Com o analgesico
passa muito tempo a dormir, e já recuperou o peso que tinha.
A esperança continua forte na familia que com ele habita.

dilita disse...

Sim,foi bom ouvir aquela sra.,disse-me que mandasse para ela a história actual do cão, porque na Instituição onde trabalha como directora de marqueting,davam apoio a todos os casos, e mesmo entre os funcionários também ajudavam.
Eu elogio sempre o povo do norte, mas igualmente doutras zonas do país eu tenho bem para contar.
Beijinho para si, e que os seus bichinhos estejam ótimos.

dilita disse...

Desculpe, amiga Graça, o que escrevi atrás é para a sra.,mas só no fim reparei que não tinha colocado o seu nome.
Lapso de quem já está com pressa, e ainda é manhã.
De novo, desculpe.
Beijinho.