Pois ontem eu lembrei-me de fazer arroz doce. Era para fazer no dia do pai, mas pensei para quê esperar? Caladinha iniciei o cosinhado e disse para mim, amanhã até é Domingo calha bem ter um docinho, o nosso tão conhecido arroz doce. É bom e dá fartura, um pormenor que igualmente me agrada. Quando já estava pronto aparece a minha filha que foi "avisada" pelo cheirinho, vinha para rapar o tacho como também é hábito. Eu estava a dividi-lo: uma travessa para a filha casada, um pratinho para cada um de nós para o jantar, e uma travessa para o almoço e jantar de Domingo. Só que ainda deu para outro prato, e ela desta vez ficou prejudicada porque no tacho não ficou que rapar... Colocou a canela, e de seguida disse, vou fotografar. Confesso que nem reparei, eu já estava ocupada com o jantar. Só há noite antes de dormir, vim como sempre faço até ao computador e dei com a fotografia do arroz doce. Achei graça à surpresa, mas podia ter criado outro ambiente à volta do produto. Como a mesa da cosinha é de vidro, coloquei uns resguardos de cortiça por baixo das travessas que se vêem perfeitamente, e a toalha também não ajuda. Bem, eu já contei aqui que "infelismente para quem me atura eu sou perfecionista..." Está tudo dito.
Quero recordar aqui um facto veridico .
Na minha terra era hábito as noivas e os noivos oferecerem uma travessa ou um prato de arroz doce ás pessoas amigas, por ocasião do casamento. E havia umas Sras. que eram chamadas para o fazer, e faziam bem feito. Porém, uma delas usando os mesmos ingredientes (e falo deste modo porque ela também foi a minha casa fazer o meu arroz) fazia um produto altamente melhorado. Inconfundível. Ao ponto de ao começar a comer, qualquer pessoa aperceber -se logo, e de imediato dizer; - este arroz não foi feito pela Augusta... Está bom, mas não é da Augusta.
Sempre que se comenta (aqui em casa) esta realidade eu lembro- me dum livro que li quando era
jovem, parece-me que se chamava O Prato de Arroz Doce, da autoria de Teixeira de Vasconcelos.
Isto se não estou a fazer confusão, mas o curioso é que tinha uma personagem como a minha amiga Augusta, também o seu arroz doce era único.
Apenas uma diferença, no livro é ficção, na vida real que recordo foi facto veridico.
Gostei de falar na Augusta. Os amigos não morrem, apenas se antecipam a nós na partida.
4 comentários:
Amiga, gostei de ler aqui, sua autenticidade é linda, escrever assim como você me dá prazer de ler, também sou meio perfeccionista, mas na verdade as pessoas gostam mesmo é de se conhecerem, aos poucos vamos nos mostrando e assim estreitando laços de amizades, gostei de ler sobre sua amiga Augusta, saudade às vezes dói, mas é bom lembrar!
Abraços!
Em homenagem à D. Augusta e dedicada à Dilita, o ARROZCATUM já publicou a receita do Arroz Doce da Maiúca, à base de leite condensado...Experimentem, que vale a pena! Bom apetite!
Abraços,
Zito
Querida Ivone
Sempre simpática para comigo. Obrigada.
Eu escrevo como falo, e conto casos verdadeiros, sou pouco criativa...
embora já tenha experimentado.
Beijinhos.
Olá Zito amigo,
Sempre amável.
Obrigada pela atenção. Se a minha amiga ainda vivesse, como ela apreciaria tudo isto...
Já tirei a receita para mim.
Tenha um Bom Dia! Que ele já está no inicio.
Abraço.
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