domingo, 22 de março de 2015

O Cosido à Portuguesa

No passado Domingo o Partido Comunista fez anos - 94 -
Num restaurante perto de Tavarede festejou-se o aniversário, e do programa constava também um almoço. Ali se reuniram  comunistas, simpatizantes, e outros que não sendo adeptos do Partido, são amigos e apreciam o convívio. Neste número está o meu marido, que embora aprecie algumas das teorias comunistas, não é nem jamais será, um comunista. Mas convívios venham eles! - E lá foi encantado da vida, de máquina fotográfica e tudo...  Eu sou ao contrário, não tenho paciência para tais eventos - ouvir discursos, sorrir, aplaudir, para mim isso é uma séca - a seguir vem a comida - como pouco, e depois ter de ficar a ver os outros mastigar, até que o repasto termine, é mesmo maçada.  Assim, mais uma vez fiquei em casa e fiquei bem.
Pelo meio da tarde ele regressou. Mal entrou em casa veio ter comigo e falou assim: -  ai mulher pensei tanto em ti ... Toma!  E estendeu-me um lindo cravo vermelho, e até me brindou com dois beijinhos.- Muito bem, muito bem, afinal não é todos os dias que eu sou assim mimada, disse eu a rir.
- Deram um cravo aos presentes, não foi?
- Foi, e eu pensei logo que o trazia para ti.
-E fizeste muito bem, porque eu gosto muito de mimos e de cravos. Pena ser só um.
E ele continuou; - ah, mas não calculas o quanto eu pensei em ti... E repetia, pensei tanta vez...
- Achei estranho, e perguntei - mas afinal porquê ?
-Porquê ? Eu digo - Por causa do teu cosido à portuguesa!
Os meus vizinhos de mesa diziam sem ninguém perguntar, que estava muito bom... E eu pensava, um tanto desconsolado, está bom? - vocês haviam de comer aquele que a minha mulher faz...

Desatei a rir...Eu lá tinha o palpite de que não havia razão para o "homem" estar a pensar tanto em mim, ( já lá vai o tempo, não tenho queixas, só que agora há mais equilíbrio) embora eu não rejeitasse se fosse o caso. Mas não, o cerne da questão era afinal o cosido à portuguesa...
                 Ainda a rir, fui colocar o cravo num solitário com água, e a seguir fotografei.


11 comentários:

Unknown disse...

Politica à parte, confesso que o cosido á portuguesa é o meu prato favorito e, alem do que comi quando tinha 17 anos, em Santo Tirso, na casa do forno, só o da Coudelaria, Restaurante da Companhia da Lezírias (perto de Porto-Alto)...É um "buffet" de carnes, presunto e fumeiros de caça, aperitivos, vinhos, digestivos, sobremesas, tábua de queijos, doces caseiros, café e por aí fora. Estive lá há uns três anos e foi necessário reservar mesa 3 meses antes...É um perfeito desvario!
Braça gastronómico
Zito

Jossara Bes disse...

Adorei o relato!
Pois é, chega um tempo que mudam os motivos, o importante e sermos lembradas!
Estou curiosa sobre o cosido a portuguesa, pois adoro cozinhar, vou pesquisar!
Tenha uma semana muito feliz!

Manuel disse...

Foi bom ouvir esse hino ao seu cozido à portuguesa.

jair machado rodrigues disse...

Minha adorável Dilita, alias, minha adorável amiga Dilita senhora arrebatadora de corações, ou, de um coração, sabes como gosto de lerte, as histórias, o que postas, enfim, e é tão fofo, diriam os mais jovens, via cada passao da cena tua e de teu esposo...estranho, vim de um blog agora que falava desse amor, de relacionamentos, amargo como é nossa juventiude hoje, mas doce, ou qerendo este doce que nos conta aqui, e eu regando meu coração com histórias assim, lindas, calmas, normais e de muito amor e companheirismo. Estou num momento em minha vida que preciso ouvir isso, o que vi aqui, para me dar forças e continuar acreditando, existe sim o amor.
ps. Carinho respeito e abraço.
ps. Carinho respeitoe abraço

dilita disse...

Obrigada amigo pela visita, e pela informação. É um prato que se encontra em muitos restaurantes mas que na maioria é uma lástima. Já nos aconteceu, por isso nunca arrisco;-mas agora já sei aonde devemos ir... Obrigada.
Abraço.

dilita disse...

Jossara

Bem-vinda!!!
Obrigada pelo comentário.
Espero que já tenha cozinhado o "nosso cosido..."
Beijinhos.

dilita disse...

Olá Manuel!

Parece-me que é chegada a altura de eu "puxar pelos galões" e emproar-me...
( mesmo para ficar mais alta)

Abraço, e obrigada.

dilita disse...

Olá Jair amigo

Obrigada pelo seu comentário.
Sempre carinhoso comigo, com paciência para ler o que escrevo, e responder-me com elogios e mimos, de que eu gosto, naturalmente, e agradeço.
Abraço.

Viviana disse...


Dilita

O cravo é lindo!

Mas que história mais engraçada...
Olhe, amiga, eu creio que também não teria paciência para essas coisas.

Quanto á sua conclusão sobre o seu marido pensar tanto em si...ri-me...dei até uma gargalhada.
Ah! mas a dilita "rematou o texto muito bem"! Nem outra coisa seria de esperar.
Um abraço
Viviana

Anónimo disse...

Cozinhar é um ato de amor, a comida quando feita com gosto sabe melhor.
E toda a energia que pomos nas coisas chega aonde deve...
Candura, marotice da boa e muitos sorrisos nesta leitura com que me deparei hoje.
Voltarei.

Anónimo disse...

Cozinhar é um ato de amor, a comida quando feita com gosto sabe melhor.
E toda a energia que pomos nas coisas chega aonde deve...
Candura, marotice da boa e muitos sorrisos nesta leitura com que me deparei hoje.
Voltarei.