O dia caminhava para o fim,ainda havia muito sol mas na varanda já estava sombra, encaminhei-me para lá - a temperatura agradável convidava a ali permanecer... olhei ao redor, e observei o panorama mais uma vez. E pensei, como é bonito o que daqui a minha vista alcança; contudo é raro eu vir a esta varanda, como tenho também uma janela na mesma divisão, até me esqueço... Resolvi ficar até ver chegar o meu marido. O transito começava a aumentar, fruto do regresso a casa, de quem trabalhou fora todo o dia. Os semáforos caprichosos impunham regras, e os automobilistas acatavam, pois, nem outra coisa era de esperar.
Entretanto comecei a ouvir umas vozes de insatisfação, em baixo frente ao portão das garagens. Dada a altura a que eu estava situada, a principio não entendia o que diziam.
Mas não tardou percebi - era um carro estacionado indevidamente, que impedia o acesso ou a saída das garagens. Está lá fixado na parede e bem visivel o sinal proibitivo de estacionamento - mas quem nunca prevaricou, por distração, que atire a primeira pedra...
Há aqui um salão de cabeleireiro, e de vez em quando lá aparece uma cliente apressada que nem olha para a parede e arruma o carro ali, pois está tão a jeito... Depois com o barulho dos secadores não dá conta de nada, e quando regressa já o reboque trabalhou...
E desta vez a coisa estava a encaminhar-se nesse sentido, mas só de ameaças ainda, quando a criatura aparece e calmamente se dirije ao carro impávida e serena...
A D. Rosa dirigiu-lhe umas palavras de censura, feiosas, mas ela ligou a ignição e partiu sem uma palavra.
Apenas com uns segundos de diferença, e atrás dela saiu outra cliente, esta apressada - tinha o carro um pouco mais adiante e em local normal. Ligou a ignição e iniciou a marcha devagar para sair do estacionamento. Então a D. Rosa começa a acusá-la - ela parou e respondeu-lhe que não tinha nada a ver com a transgressão da outra senhora, e que nem a conhecia... E que tinha estacionado o seu carro no parque em lugar devido, nada havia para reparo. Dito isto, avança para a estrada, mas pára de novo e sai do carro, porque a D. Rosa continuava a maltratá-la com palavras, em voz cada vez mais alta. Gera-se uma discussão entre as duas, quase cara a cara. Confesso que receei que fossem mais além. O dono duma loja situada ao lado do portão veio falar com elas, e colocando-se quase entre ambas, serenou um pouco os ânimos, e entretanto a senhora voltou ao carro e foi embora.
Eu cá de cima, muito acima, sem que ninguém reparásse em mim, assisti a este triste espetáculo, e embora sem ouvir na integra tudo o que disseram, o que vi e ouvi, chegou para entender que nem sempre "estamos" livres de nos incomodarmos.
E também acho que a maldade humana anda exacerbada, não de modo generalizado, mas existe, e faz estragos. Fiquei com a desconfiança que aqui houve um gosto de embirrar por embirrar, porque eu não vi a D. Rosa usar a garagem após o incidente. Pelo contrário, vi-a a caminhar a pé.
Para quê então esta provocação? E, pior, dirigida a quem não tinha transgredido.
Eu não queria chegar a esta conclusão, mas...
Embora alheia a tudo isto, posteriormente não me livrei de ocupar a mente com este episódio tão feio,
ao qual eu preferia não ter assistido - devia ter voltado as costas antes do fim...
11 comentários:
Dilita, querida,
Ultimamente as pessoas andam com tolerância zero.
No trânsito principalmente.
Porém, alguns não cumprem as leis e isso afeta os que estã próximo.
Pois a harmonia e paz no trânsito depende de cumprimento às regras.
Realmente uma cena desagradável de se ver.
Querida, tenha uma semana bem bonita.
Eu, mamys e Leila estamos todas bem.
A Leila voltou ontem às aulas, depois do recesso...não virá mais todos os finais de semana...suas visitas serão mais espaçadas. Mamys tratando o reumatismo...está sem dores e mais animada. Vou receber amigas para um jantarzinho aqui em casa, ela já está pensando nos quitutes que vai fazer (adora cozinhar).
A ti, nosso abraço, nosso carinho!
beijinhos, fique com Deus!
Lígia e =^.^=
Amiga Dilita, ânimos exacerbados,aqui no Brasil, principalmente em São Paulo, onde moro, essas cenas são constantes, infelizmente!
É de nos chocar mesmo, pois quem não se expõe se envergonha pelos outros né mesmo?
Amei ler, pelo fato de poder matar um pouquinho a saudade de te ler!
Abraços bem apertados linda amiga!
Anda tudo nervoso e descontente.
Leis são leis e para se cumprirem.
Beijinhos.
Cada vez há menos tolerância e menos cidadania...
Conduzo diariamente, sei do que falo...
E, às vezes, ceder passagem, desacelerar ...é só um segundo ou dois e outros passam e tudo fica bem melhor...mas...há quem descarregue a fúria ( sabe-se lá de quê) nos que estão mais perto...um carro é uma máquina poderosa...e quem a domina sente-se às vezes senhor do mundo!
Aqui neste episódio...foi o peão o furibundo! Teve um mau dia , talvez...pena nao lhe terem respondido mais à letra ,talvez...embora eu seja do "partido dos pacatos" :)
bj
Paciência, tolerância, oque não quero para mim não faço para o outro, oque fazer minha cara amiga? O ser humano...
Lindo fim de semana para todos aí.
Beijo.
Olá amiga Lígia,
Grata pela visita,e também pelo abraço,e carinho.
Retribuo de modo igual.
Beijinhos.
Querida Ivone
Muito grata pela visita e pelas palavras sempre simpáticas
que me deixou.
Já tinha saudades de a "ver" por aqui.
Beijinho, e boa semana.
Querida Lisa
Perde-se muito tempo com birras.
Uns sorrisos deixam melhor recordação...
E entretanto acatemos a lei.
Abraço.
Anónimo,
eu conheço-te, e adoro-te.
Bem-vindo,falas em bom português.
Obrigada, vem mais vezes.
Rosângela,
Bem-vinda!
Grata pela visita.
Beijinhos e desejos de melhor saúde.
Olá Dilita, minha querida amiga e parente portuguesa, com certeza...infelizmente o que viste é uma realidade não só aí, mas no mundo, a falta de tolerância, respeito o próximo, e um egoísmo gigantesco, como se o mundo pertencesse aquela pessoa, e o resto da humanidade que se dane...infelizmente este é o pensamento vigente. Mas como bem observaste pode vir de qualquer lado, deixando as pessoas cegas de ódio e sair agredindo qualquer um...é lamentável querida Dilita, lamentável.
Tou com saudade.
ps. Carinho respeito e abraço.
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