sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Poesia antiga, sempre actual

A minha amiga Viviana sabe que eu gosto muito de poesia, e que também tenho um certo carinho pelas árvores. Gosto de todas; das altas e fortes, ou das esguias como são os choupos, das mais maneirinhas de copa redonda, e até dos arbustos. Nelas predomina o verde, a côr da esperança, mas numa gama variada de tons entre si. Sempre que é possível guardo-as em fotografia, chamo-lhes monumentos com vida. Então esta senhora, que sabe das minhas preferências, mandou-me estas rimas que achei muito bonitas, e por isso as vou colocar aqui.

Árvores

Parece-me que nunca ninguém há-de
Ver poema tão belo como a árvore.

Árvore que sua boca não desferra.
Do seio doce e liberal da terra.

Árvore, sempre de Deus a ver imagem
E erguendo em reza os braços de folhagem.

Árvore que pode usar, como capelo,
Ninhos de papo-ruivo no cabelo;

Em cujo peito a neve esteve assente;
Que vive com a chuva intimamente.

Os tontos, como eu, fazem poesia;
Uma árvore, só Deus é que a faria.

(J. Kilmer
Poeta americano
1886-1918)


5 comentários:

Mona Lisa disse...

Sem dúvida, actual e belíssima!
Obrigada pela partilha.

Beijinhos.

Viviana disse...


Querida Dilita

Surpresa!

Na verdade não me canso de ler este pequeno grande poema.

Quanto ás árvores, quanto mais vivo mais as acho belas!
Dei por mim a pensar:
De qual é que gosto mais, das flores ou das árvores?
Amiga, não sei.
Só sei que gosto muito, muito de ambas.

Um abraço e o desejo de um bom Domingo
Viviana



Manuela Pacheco disse...

Olá, venho sempre ver a sua escrita,
e este poema é lindo
Abraço
Manuela

Manuel disse...

Houve, há alguns anos passados, um poeta António Correia de Oliveira, que lhe chamavam o Poetas das Arvores. Ela cantava, de forma bela, a natureza.
Um abraço.

jair machado rodrigues disse...

Minha querida amiga e parente de além mar Dilita, olha só, nosso laço parentesco pode passar pelas árvores rs, as amo, no meu blog as figuras e fotos que mais usei e uso, são árvores, que acredito serem seres mágicos, afinal de uma minuscula sementinha podemos ter uma árvore gigante, e isso não é mágico ? E o poema ? é um primor, uma doce e bela homenagem a árvore...e termina o poema de forma contudente e certeira:
"Os tontos, como eu, fazem poesia;
Uma árvore, só Deus é que a faria."
O poeta tem razão.
ps. Carinho respeito e abraço.