segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Em Santarém

" E sempre quem, quem vai e vem,
  há-de afirmar:
 -que a Santarém, hei-de voltar..."

E é certo, acreditem, porque a nós já aconteceu, várias vezes.

E no passado mês voltámos a Santarém, a linda capital do Ribatejo. Subimos até ás Portas do Sol para mais uma vez apreciarmos dali  o belo panorama da lezíria imensa. Lá está a ponte velhinha e o rio Tejo, que imperturbável segue o seu rumo, correndo calmo agora, mas assustador no inverno quando o seu caudal se eleva e ultrapassa as margens alagando a campina.
Voltamos as costas ao panorama  que nos prende, e olhamos o grande espaço ajardinado; estamos no que foi um grande castelo. Rodeado pelos respectivos panos de muralha, ainda se vêem os recortes das ameias de pedra escura - árvores de grande porte, canteiros com flores,bancos de pedra decorados de azulejos com imagens de cenas históricas, e estátuas  em  pedra, ou bronze, homenagem a portugueses que não devem ser esquecidos - formam um local atractivo onde sempre se quer voltar...
O sol começava a esconder-se, era altura de seguirmos para o centro da cidade, daí a pouco seria hora de jantar.
Gostei do ambiente típico do restaurante - mobiliário escuro, quadros nas paredes com motivos alusivos à campina e aos toiros, e sobretudo espaço. Toalhas brancas de algodão nas mesas, e as louças acastanhadas de barro vidrado, com o nome da casa pintado em cada prato, e os copos do vinho bem pequenos, de vidro liso e grosso. Também o café servido em copos do mesmo género, me trouxe à memória tempos distantes, quando nas festas da minha terra e também nos poucos cafés existentes na altura, o café era servido em copos como aqueles.
Recordar é viver? Neste caso será talvez reviver...
A comida foi do nosso agrado, e a bebida, um vinho do Alentejo.
" O que é Nacional é Bom!"
E numa cidade, acordar de manhã com os trinados dos passarinhos, é quanto a mim um privilégio, e assim nos aconteceu na capital do Ribatejo.

 E por aqui se chega a esta linda cidade - e  em sentido inverso também se lhe diz adeus.
 Em silêncio respeitoso, ficámos estáticos durante alguns momentos recordando Salgueiro Maia.
 É tal a semelhança no bronze que comove e emociona...
 No chão numa placa pode ler-se :

"Por isso ficarás com quem vem
Dar outro rosto ao rosto da cidade
Diz-se o teu nome e sais de Santarém
Trazendo a espada e a flor da liberdade"

(Manuel Alegre)

No canto inferior da mesma, a data da homenagem - 25 anos sobre o dia da revolução
 E no canto oposto, a respectiva dedicatória.

4 comentários:

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Muito bela esta homenagem a um dos homens a quem devemos estar neste momento em democracia ao grande Salgueiro Mais.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar

Mona Lisa disse...

Magnífica homenagem a Salgueiro Maia.
Adorei o post e as tuas fotos.

Beijinhos

Manuel disse...

Adorei este viajar, quase que senti envolvido nessa incursão.
Muitas saudades desta Blogosfera.
Um abraço

Unknown disse...

Passei por aqui para lhe desejar uma boa tarde, beijos M.Helena.