Na passada sexta-feira dia 13/2 o Diário de Coimbra publicou um suplemento com uma entrevista dedicada a Alves Barbosa, que foi um grande ciclista,e que na conversa com a jornalista recordou alguns pontos marcantes da sua carreira de êxitos. Modesto como sempre foi, não fez alarde do seu valor,falou com naturalidade,igual a si próprio. Li com interesse mas acabei um tanto decepcionada. E porquê? Então o popular Tó nada recorda da sua terra adoptiva ?( Montemor-o-Velho ); desta terra,o tema apenas refere que actualmente ali reside. Sim é certo; e onde residia em 1951, e até ao fim de 1965 ? Durante a sua carreira de ciclista ele viveu sempre em Montemor,e com ele os Montemorences viveram em euforia as suas conquistas,e com apreensão os maus bocados que também os teve.Eu recordo quando ele foi excepção,vestindo a camisola amarela do inicio ao fim da volta,os Montemorenses homenagearam-no numa sessão solene no Teatro Ester de Carvalho, enaltecendo-o, todos vaidosos por ele... E quando daquele insólito acontecimento nos Carvalhos, já perto do fim da volta que ele ia ganhar,o agarraram impedindo-o de continuar,e por isso não ganhou;uma onda de tristeza atingiu os Montemorenses como se tivessem sido feridos colectivamente.E logo foi promovida uma recepção de homenagem a efectuar no dia do regresso a casa.Enfeitou-se a rua principal por onde ele iria passar, com flores de papel e colchas nas janelas.Compareceram todas as colectividades com respectivos estandartes,os ranchos folclóricos,pessoas importantes,e gente simples (ninguém se alheou).Foram esperá-lo ao limite da vila,e seguiram em cortejo a pé até à Praça da Républica onde na Câmara no salão nobre, foram proferidas as saudações, e discursos.A sala foi pequena,mas o sistema sonoro préviamente instalado,permitiu à multidão que enchia a praça,ouvir o que era dito,e até aplaudir (tal era o entusiasmo).Mais tarde o azar marcou-lhe encontro, e um grave acidente "atirou-o"para uma Casa de Saude com prognóstico algo reservado.Era o assunto do dia...os Montemorences entristecidos, manifestavam-se entre si,num misto de receio e esperança e sempre a incondicional estima. Depois da tempestade geralmente surge a bonança, o Tó recuperou a saúde,e continuou o seu percurso.Alguns anos depois em Dezembro de 1965,o povo voltou a juntar-se ! Mas desta vez para ver o Tó (mais feliz que nunca) saír da Igreja de Sta. Maria dos Anjos dando o braço à sua espôsa a Dra.Rosa Maria,no dia do seu casamento.E agora permitam-me,não merecia Montemor ter uma referência, mesmo pequenina, naquela entrevista ?
1 comentário:
Olá Dilita;
Mas então o Tó não se lembrou de Montemor?!...
É, deve ser da idade porque ele nunca se esqueceria do seu povo, das suas gentes...
Vi pela primeira vez o Alves Barbosa em 1958 quando ganhou na minha terra a etapa Porto-Tabuaço e tinha eu 7 anos e acredita que lembro como se fosse hoje até porque foi a primeira vez que vi ciclismo e os ciclistas logo ali ao meu lado e naquele tempo o ciclismo era tão popular como o futebol.
bjs
Osvaldo
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