Gostei do comentário do Osvaldo.Fez-me recordar o que era a Volta a Portugal naquela época,uma festa esperada com ansiedade.Os ciclistas passavam a Montemor ao fim da tarde,mas após o almôço o nosso lugar era a rua,para ver bem de perto e aplaudir.Muitas moradoras na encosta do castelo,traziam o cântaro para levar água para casa depois da corrida passar ,(não havia água canalisada) "juntavam o útil ao agradável"; assim junto á bomba havia sempre um numero considerável de mulheres "a torcer" pelo Tó. Começavam a passar carros da volta,e não vencendo a ansiedade as pessoas gritavam "ainda vêm longe?" A resposta vinha sempre com um sorriso e entusiasmo,mas naquela volta foi diferente... uma voz ampliada por um microfone,fez-se ouvir com nitidez "rezem pelo nosso Tó"...E foi repetindo estas palavras que o carro do Sangalhos atravessou a Vila. As mulheres na bomba ajoelharam de imediato,e de mãos postas encetaram uma oração,logo interrompida porque se ouviu a sirene dos batedores e logo surgiu um grupo de ciclistas.Mas o camisola amarela não vinha ali.O que teria acontecido? Todos se perguntavam mutuamente.Entretanto novos silvos estridentes e logo todo o pelotão a boa velocidade... Olhos bem abertos,mas desilusão total; o Tó não passou.Já se falava em tragédia, tudo conjecturas,mas com certa razão... Passaram alguns minutos,e lá surge o Tó; sózinho,filado à biciclete a pedalar a sério,muito moreno do sol daqueles dias,e com um ar amargurado. Ainda vestia a camisola amarela,mas já a tinha perdido. A consternação era visível entre a população,após a passagem dos ciclistas.(Soube-se que não tinha sofrido queda e estava bem; parou para beber água,numa fonte na beira da estrada,facilitou,e depois surgiram uns precalços que o fizeram atrazar demasiado).Mas no dia seguinte voltou a alegria, pois na etapa contra relógio,com uma velocidade extraordinária para a época,o Tó recuperou o tempo perdido,a camisola amarela e ficou de novo em primeiro lugar.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Alves Barbosa e o azar
Gostei do comentário do Osvaldo.Fez-me recordar o que era a Volta a Portugal naquela época,uma festa esperada com ansiedade.Os ciclistas passavam a Montemor ao fim da tarde,mas após o almôço o nosso lugar era a rua,para ver bem de perto e aplaudir.Muitas moradoras na encosta do castelo,traziam o cântaro para levar água para casa depois da corrida passar ,(não havia água canalisada) "juntavam o útil ao agradável"; assim junto á bomba havia sempre um numero considerável de mulheres "a torcer" pelo Tó. Começavam a passar carros da volta,e não vencendo a ansiedade as pessoas gritavam "ainda vêm longe?" A resposta vinha sempre com um sorriso e entusiasmo,mas naquela volta foi diferente... uma voz ampliada por um microfone,fez-se ouvir com nitidez "rezem pelo nosso Tó"...E foi repetindo estas palavras que o carro do Sangalhos atravessou a Vila. As mulheres na bomba ajoelharam de imediato,e de mãos postas encetaram uma oração,logo interrompida porque se ouviu a sirene dos batedores e logo surgiu um grupo de ciclistas.Mas o camisola amarela não vinha ali.O que teria acontecido? Todos se perguntavam mutuamente.Entretanto novos silvos estridentes e logo todo o pelotão a boa velocidade... Olhos bem abertos,mas desilusão total; o Tó não passou.Já se falava em tragédia, tudo conjecturas,mas com certa razão... Passaram alguns minutos,e lá surge o Tó; sózinho,filado à biciclete a pedalar a sério,muito moreno do sol daqueles dias,e com um ar amargurado. Ainda vestia a camisola amarela,mas já a tinha perdido. A consternação era visível entre a população,após a passagem dos ciclistas.(Soube-se que não tinha sofrido queda e estava bem; parou para beber água,numa fonte na beira da estrada,facilitou,e depois surgiram uns precalços que o fizeram atrazar demasiado).Mas no dia seguinte voltou a alegria, pois na etapa contra relógio,com uma velocidade extraordinária para a época,o Tó recuperou o tempo perdido,a camisola amarela e ficou de novo em primeiro lugar.
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