Desde Agosto que nada escrevo neste meu blogue,não sei se por falta de gosto,
ou ausência de paciência,confesso que não encontro razão para o sucessivo adiamento. Mas hoje,mercê duma contrariedade relacionada com um aparelho eléctrico que estava a usar e se avariou,impedindo-me de continuar o trabalho encetado,e que me aborreceu bastante,porque eu não gosto de abdicar das minhas decisões,neste caso tarefas,senti a má disposição a tomar conta de mim. E em ocasiões destas o melhor é procurar algo que me acalme. Mal encarada,olhei em volta,e vi o computador... Sentei-me e abri-o; ele tinha razão para estar zangado comigo e perguntar-me,por onde tens andado?- mas não o fêz... Será que também ele pensará que o silêncio é d’oiro?
Entretanto e por aludir ao silêncio,lembrei-me duma poesia de que gosto muito; e por isso não resisto a transcrevê-la.
A Poesia é Silêncio
Não pares na palavra.Deixa o vento
Levar para as distâncias infinitas
O som de terra que te sai disperso.
Não prendas,com a fala,o pensamento.
És maior sobre o mundo,se não gritas
E deixas no silêncio o melhor verso.
Dor que se diz é dor desperdiçada.
Quando conversas,perdes-te no ar.
Ensina-te o Deserto coisas puras.
É mais bela uma lágrima calada
Do que todos os cânticos do mar
E todas as orquestras das alturas.
No silêncio é que Deus acende a luz
Mais fácil para entrar dentro de nós.
O silêncio tem graças de tesoiro.
Ama o silêncio em ti,como Jesus.
A prece das angústias não tem voz,
Mas o Senhor no céu a grava em oiro.
Benditos sejam os que a língua domem!
Dize-me tu se calas o que sentes,
Eu te direi se vales o que dizes...
A própria natureza avisa o homem:
- A flor vem do silêncio das sementes;
O fruto,do silêncio das raízes.
Faz com Deus,e contigo em oração,
Séria promessa,bem jurada e calma,
Como um profeta há séculos faria.
Escrever é violar a solidão.
Não escrevas. Poeta,cala a alma,
Não mates o silêncio da poesia !
(Assim escreveu,
Padre Moreira das Neves)
ou ausência de paciência,confesso que não encontro razão para o sucessivo adiamento. Mas hoje,mercê duma contrariedade relacionada com um aparelho eléctrico que estava a usar e se avariou,impedindo-me de continuar o trabalho encetado,e que me aborreceu bastante,porque eu não gosto de abdicar das minhas decisões,neste caso tarefas,senti a má disposição a tomar conta de mim. E em ocasiões destas o melhor é procurar algo que me acalme. Mal encarada,olhei em volta,e vi o computador... Sentei-me e abri-o; ele tinha razão para estar zangado comigo e perguntar-me,por onde tens andado?- mas não o fêz... Será que também ele pensará que o silêncio é d’oiro?
Entretanto e por aludir ao silêncio,lembrei-me duma poesia de que gosto muito; e por isso não resisto a transcrevê-la.
A Poesia é Silêncio
Não pares na palavra.Deixa o vento
Levar para as distâncias infinitas
O som de terra que te sai disperso.
Não prendas,com a fala,o pensamento.
És maior sobre o mundo,se não gritas
E deixas no silêncio o melhor verso.
Dor que se diz é dor desperdiçada.
Quando conversas,perdes-te no ar.
Ensina-te o Deserto coisas puras.
É mais bela uma lágrima calada
Do que todos os cânticos do mar
E todas as orquestras das alturas.
No silêncio é que Deus acende a luz
Mais fácil para entrar dentro de nós.
O silêncio tem graças de tesoiro.
Ama o silêncio em ti,como Jesus.
A prece das angústias não tem voz,
Mas o Senhor no céu a grava em oiro.
Benditos sejam os que a língua domem!
Dize-me tu se calas o que sentes,
Eu te direi se vales o que dizes...
A própria natureza avisa o homem:
- A flor vem do silêncio das sementes;
O fruto,do silêncio das raízes.
Faz com Deus,e contigo em oração,
Séria promessa,bem jurada e calma,
Como um profeta há séculos faria.
Escrever é violar a solidão.
Não escrevas. Poeta,cala a alma,
Não mates o silêncio da poesia !
(Assim escreveu,
Padre Moreira das Neves)
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