No passado Domingo a igreja comemorou o dia de Ramos. Vem da tradição cristã e procura reviver a entrada de Cristo em Jerusalém,entrada apoteótica no dizer dos cronistas da época, e cujos escritos chegaram até aos nossos dias. Infelizmente essa alegria do povo, aliás certa ( pois se tratava de aclamar um visitante que mais não queria além da paz entre os povos) cedo terminou, para dar lugar a um crime que a humanidade jamais esquecerá,o seu julgamento e morte,sendo inocente.
O povo que o aclamou,não tardou a clamar pela sua morte. O que prova que nem sempre a voz do povo é a voz de Deus,como temos ouvido dizer muitas vezes. Sobretudo se esse povo não estiver bem informado, pode errar de forma grave.No entanto dizem as Escrituras que toda esta desgraça lhe estava predestinada,e que Jesus teria de sofrer assim, para depois ressuscitar e viver no céu.
Em muitas localidades do nosso País,todos os anos se revive este drama com toda a carga religiosa que ele transporta,sendo os cristãos fiéis parte integrante.
Na minha terra Montemor, também Cristo (o Senhor dos Passos) é muito venerado,a ele recorrem em momentos de aflição, e é na altura das procissões que as pessoas cumprem os seus votos,em circunstâncias penosas,em sofrimento fisico até, mas com uma coragem e alegria, inexplicáveis. A resposta? É a fé !
Hoje recordei os tempos de juventude, e as procissões que eu via das janelas pois passavam na minha rua. Durante a Quaresma todas as sextas-feiras pela tardinha, o sino tocava soando tristemente até ás 8 da noite,hora a que se rezava o terço na igreja dos Anjos,mas ninguém dizia que ia ao terço,dizia-se vou ao beija pé. No meio do templo estava a Imagem do Senhor dos Passos exposta à veneração dos fiéis. A túnica que vestia cobria-o ficando apenas um pé à vista; e durante muito tempo o povo ajoelhava e beijava o pé.Posteriormente passou a beijar-se a corda que lhe pendia da cintura,era assim no meu tempo. Numa dessas sextas-feiras como era costume fui ao beija-pé, e a minha vizinha senhora já idosa saiu de casa na altura,de modo que fomos as duas. Lá chegadas verificámos que a porta da Igreja estava fechada,sendo o acesso por uma entrada lateral passando pelo claustro,e lá fomos com ela á frente. Não tinha dado mais que tres passos, quando uma pedra mandada em pontapé por um grupo de rapazitos que jogavam assim à bola, a atingiu num tornozêlo; ela deu um grito e ficou queixosa... e eu numa aflição de riso contido a enorme custo,sem poder falar nada disse.Entrámos e logo ajoelhei; e enquanto os fiéis ajoelhados rezavam alto,eu de cabeça baixa e olhos no chão,ria,ria,ria, num riso nervoso impossivel de contêr,e que ainda hoje acho dificil de descrever. Foi mesmo sofrimento o que passei,e por isso não esqueci,e ainda hoje me pergunto o porquê do riso?
O povo que o aclamou,não tardou a clamar pela sua morte. O que prova que nem sempre a voz do povo é a voz de Deus,como temos ouvido dizer muitas vezes. Sobretudo se esse povo não estiver bem informado, pode errar de forma grave.No entanto dizem as Escrituras que toda esta desgraça lhe estava predestinada,e que Jesus teria de sofrer assim, para depois ressuscitar e viver no céu.
Em muitas localidades do nosso País,todos os anos se revive este drama com toda a carga religiosa que ele transporta,sendo os cristãos fiéis parte integrante.
Na minha terra Montemor, também Cristo (o Senhor dos Passos) é muito venerado,a ele recorrem em momentos de aflição, e é na altura das procissões que as pessoas cumprem os seus votos,em circunstâncias penosas,em sofrimento fisico até, mas com uma coragem e alegria, inexplicáveis. A resposta? É a fé !
Hoje recordei os tempos de juventude, e as procissões que eu via das janelas pois passavam na minha rua. Durante a Quaresma todas as sextas-feiras pela tardinha, o sino tocava soando tristemente até ás 8 da noite,hora a que se rezava o terço na igreja dos Anjos,mas ninguém dizia que ia ao terço,dizia-se vou ao beija pé. No meio do templo estava a Imagem do Senhor dos Passos exposta à veneração dos fiéis. A túnica que vestia cobria-o ficando apenas um pé à vista; e durante muito tempo o povo ajoelhava e beijava o pé.Posteriormente passou a beijar-se a corda que lhe pendia da cintura,era assim no meu tempo. Numa dessas sextas-feiras como era costume fui ao beija-pé, e a minha vizinha senhora já idosa saiu de casa na altura,de modo que fomos as duas. Lá chegadas verificámos que a porta da Igreja estava fechada,sendo o acesso por uma entrada lateral passando pelo claustro,e lá fomos com ela á frente. Não tinha dado mais que tres passos, quando uma pedra mandada em pontapé por um grupo de rapazitos que jogavam assim à bola, a atingiu num tornozêlo; ela deu um grito e ficou queixosa... e eu numa aflição de riso contido a enorme custo,sem poder falar nada disse.Entrámos e logo ajoelhei; e enquanto os fiéis ajoelhados rezavam alto,eu de cabeça baixa e olhos no chão,ria,ria,ria, num riso nervoso impossivel de contêr,e que ainda hoje acho dificil de descrever. Foi mesmo sofrimento o que passei,e por isso não esqueci,e ainda hoje me pergunto o porquê do riso?
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