domingo, 5 de agosto de 2012

Da minha janela na Figueira da Foz

A minha casa tem varandas e janelas grandes, e em algumas divisões tem duas. Sinceramente nunca as apreciei, e na primeira vez que na casa entrei, depois de subir cheia de mêdo e encostada o mais possível à parede, aquela quantidade enorme de degraus ainda em tôsco, e com pouca proteção lateral, com o construtor à minha frente satisfeito por nos mostrar "o esqueleto" da casa, eu só tive para lhe dizer que a casa estava cheia de buracos grandes. Era assim que eu definia as janelas. Já passaram muitos anos e ainda tenho a mesma opinião. Quando ouço anunciar vento forte lembro-me logo, aí vêm as janelas dentro... Mas nada disso ainda aconteceu, e talvez nem aconteça nunca.
Mas o que me afeta de verdade são os cortinados; como são enormes, ficam sempre caros, e trabalhosos de cuidar. E a cuidar deles tenho andado à alguns dias, e ainda ando, porque desgraçadamente sou perfecionista e nunca os colocaria depois de lavados, sem primeiro os passar a ferro. Mas entretanto decidi vingar-me, fiz uma paragem na tarefa, e ali tenho eu as janelônas protegidas apenas com as percianas, de modo que manhã cedinho já a claridade me invade o quarto, e sem pedir licença me acorda sem a menor cerimónia. Eu colaboro e abro a janela, sinto o ar fresco, e olho à volta, e hoje lembrei-me duma cançoneta antiga (pois claro) dedicada a Lisboa, a nossa linda Capital, que dizia assim:

"Da minha janela, vejo o Tejo perguiçoso
A correr todo vaidoso, caminho do alto mar
Os barcos ao longe, de vermelha e grande vela
Vistos da minha janela, são barquinhos a brincar..."

Tenho a certeza que gostaria de ver igual da minha janela, aqui na Figueira da Foz, mas tal não acontece. Quando para aqui vim viver, ainda se podia observar ao longe o farol e um pouco de mar, sobretudo quando ele embravecia, mas entretanto as construções entrepuseram-se altaneiras, e eu fiquei de cá, e o mar de lá. 



Mas, do mal o menos, não vejo o mar, mas o que vejo também é agradável, e como hoje estava em dia "sim", decidi fotografar (das janelas) algo do que existe à minha volta, e como gostei das fotos coloquei aqui. 


1 comentário:

Lilasesazuis disse...

Dilita, há dias que eu li essa sua postagem e logo pensei: que lugar lindo!! não escrevi antes devido a correria de sempre..
Você é muito caprichosa, até parece minha mãe que também lavava as cortinas e depois passava todas!! Agora, ela trocou, estamos com cortinas de renda...ela já não aguenta mais ficar em pé tanto tempo...tem mil dores nos joelhos!!!
Imagino como deve ser delicioso morar assim no alto e ter essa linda imagem acompanhada da brisa que vem do mar...

Fica com Deus, beijinhos,
Lígia :))