Actualmente vivemos a era do desassossego. Ele está instalado e parece que para ficar. Penso que nesta altura não há ninguém que não tenha uma queixa, um problema maior ou menor, aflições, desânimo, infelicidade. Na maioria é a falta de dinheiro a causa, e depois por acréscimo vem a pouca saude e outros males. Deixámos de ver sorrisos expontaneos no rosto dos simples.
Felismente parece que ainda há ricos, oxalá triplicássem, haveria menos pobres.
Eu venho do tempo em que a vida era identica à actual. Na minha terra aos sábados, um grupo de pobres, idosos, homens e mulheres que já não podiam trabalhar, percorriam as ruas recebendo de casa em casa uns poucos tostões. Andavam em fila pela beira da estrada, parecia a procissão. Aqui e ali paravam, juntavam-se, e um deles dirijia-se á porta e recebia para todos, e de seguida fazia logo a distribuição. Entendiam-se muito bem, é triste dizer, mas parece que a pobreza une as pessoas.
E nem iam infelizes, aquela situação tornou-se natural, tanto para eles como para quem dava. Mas é triste, o ser humano ser assim castigado. Não desejo voltar a ver o mesmo quadro,ao vivo, pois na minha imaginação ele ainda está bem nítido apesar dos muitos anos passados.
O carrocel do tempo foi girando, girando, e melhores dias vieram. As residências aos poucos foram-se alindando, as pessoas passaram a viver melhor, e a usufruir de bens que eram necessários há muito, mas como os desconheciam, não lhes sentiam a falta. Os pobres também um a um, foram para o céu. Porque, do inferno iam eles.
Penso que durante anos as pessoas viveram desafogadas.
Felizes? Oxalá que sim!!!
Porque afinal ainda as esperava o reverso da medalha.
Ele aí está, instalado, e parece que para ficar.
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