quinta-feira, 16 de maio de 2013

O futebol, e as minhas histórias

Neste ultimos dias assistimos a uma certa dose de alvorôço no que respeita a desporto, cuja razão desse facto, foram as maiores equipas de futebol de Portugal. As rivalidades são salutares, se forem respeitadas as regras do equilibrio, e natural comportamento. E quanto a isso não ouve queixas. Já com os adeptos, há algo a censurar, o que é lamentável. Se o futebol é uma festa, para quê tornarem-no numa luta de raiva, como se de um combate se tratásse? Ontem até ouvi chamar "arêna" ao estádio de Amesterdão. Talvez esteja certo o nome, mas lembra-me o Circo Romano, que a história nos mostra com espetáculos de sangue e sofrimento. Acho vergonhoso que para se efectuar um jogo de futebol, um espetáculo tão apreciado, seja necessário um batalhão de policias para manter a integridade fisica de quem ali vai apenas para se distrair, e apreciar um desporto de que gosta. Já era tempo que as pessoas violentas tomássem um calmante, e fôssem até à praia... E não para os Estádios.

Para ser franca, confesso que não tenho preferência especial por nenhum clube; quando algum vai ao estrangeiro gosto que ganhe. Simpatizo com a Académica, e também com a Naval. Até digo que é a nossa Navalíta, porque é um clube modesto e tem o campo de jogos aqui pertinho da minha residência, práticamente em frente, costumo ir à janela ou à varanda ouvir o respectivo hino que antecede o jôgo, e por vezes fico a ver durante alguns minutos.

O meu marido é benfiquista desde a adolescência, e é um sofredor... Já quando casámos e viviamos na zona de Lisboa, saíamos de casa aos Domingos depois do almoço com o fim de irmos ao cinema, mas ao chegarmos perto, ele via os autocarros alinhados para seguirem para o Estádio do Benfica,e olhava-os de tal modo, que era eu mesmo que sugeria adiarmos o cinema em favor do futebol. E assim assisti a alguns jogos, era no tempo do Eusébio, do Torres que era muito alto, do Costa Pereira... Também me recordo dum jogo no Estádio Américo Tomáz, no Restelo, o estádio do Blenenses, era no alto de Belém e de lá avistava-se o mar. Nunca apreciei o dito jogo, mas também nunca o detestei, e assistia de bom grado,tirava partido do passeio, da imperial e dos tremoços, às vezes caracóis na Cervejaria Caracol, no regresso após o jôgo. Só uma coisa me era adversa, e nada tinha a ver com o futebol, tinha sim com o almoço. O meu marido gostava muito de grão de bico cosido com bacalhau,temperado com salsa e cebola picadinha, e azeite. Como não comia essa comida nos dias de trabalho,(dizia-se que os cabeleireiros não deviam comer ao almoço cebola ou alho crus, subentende-se porquê) era ao Domingo que calhava. Não era sempre, mas algumas vezes. Eu não apreciava mesmo nada este prato, mas também não fazia outra coisa para mim.-Quê, fazer comida diferente? Isso não se usava em minha casa... Comia igual, e claro como não me agradava, comia pouco. Então pela tarde adiante enquanto decorria o desafio, e os adeptos aplaudiam animados, eu caladinha só pensava num pão com uma fatia de queijo cabreiro fresco,que comeria se estivesse em casa... Pensava, mas não o confessava... Fazia-me forte, no meio da fraqueza estomacal...

Passeios, cinema e futebol, prolongaram-se por um ano e pouco mais. Depois, um facto muito mais importante teve lugar, e naturalmente todo o nosso comportamento, em especial o meu, se alterou.
( fui mamã.)

Entretanto fomos viver para o norte do país, o meu marido continuou a ir aos estádios, e a apreciar o desporto rei, e naturalmente a torcer e a sofrer pelo seu Benfica agora à distância. Passados alguns anos mudámo-nos, e aqui permanecemos nesta cidade a que já chamamos nossa, a Figueira da Foz. Assim, Lisboa já não está tão longe, faz-se um passeio e vai-se ao Futebol. O meu marido adquiriu os adreços, ou simbolos, e de vez em quando vai ver o benfica jogar "ao vivo" no novo estádio, ao qual eles chamam a Catedral do Benfica.

Pela minha parte, continuo a acompanhá-lo durante os jogos do seu Benfica, mas em casa,frente ao televisor e cómodamente instalada no sofá. Há, e com a cozinha por perto!

Assim aconteceu durante estes dois ultimos jogos.


2 comentários:

Lilasesazuis disse...

Dilita, adoro ler os seus relatos de vida!!

Ai...como eu gosto, parece-me que estou ai, vendo, ouvindo, sentindo os perfumes...

Dilita, meus avozinhos eram espanhóis e aos domingos, não tinha macarronada...o prato de sempre era o grão de bico, batatas e bacalhau...e...vinho!!Como eu gostava!!!!! senti saudades, agora!!!!

Vejo que a violência acompanha as pessoas em qualquer parte do mundo.
Aqui, tenho medo de ir assistir algum clássico de futebol, devido a violência e ignorãncia de torcedores !!!

Todos na minha casa, torcemos para o Palmeiras!!! (que vive desclassificado de tudo1...hehehhehe....mas, gostamos dele)

Querida, tenha um ótimo final de semana,

Estou terminando de editar as fotos da postagem. Fiquei fora a semana toda, mal sentei no computador.

beijinhos,

Lígia e Leila (hoje ela vem passar o sábado conosco e vai me trazer um doce japonês que eu tanto gosto...)

dilita disse...

Olá querida Ligia

Por vezes penso que já contei as minhas histórias todas, mas depois lá recordo mais uma.
Também gostei de saber que seus avózinhos gostavam desta comida. Compreende-se, dado que eram espanhóis,País donde descendemos.
Eu agora gosto imenso do grão de bico e é assim com batatas e bacalhau. E claro com um cópinho de vinho tinto, ou não sejamos nós um País vinicola.
Grata pela visita, e suas palavras sempre agradáveis.
Beijinho