sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Poesia

              Refúgio

Se a solidão estrangulásse
Escolheria a roseira como ultimo refugio
Talvez não sobrevivesse ao impacto dos espinhos
E as rosas tombássem sobre mim,
Ou o seu viço amortecesse a minha queda.

Ou então,
Rasgariam no meu corpo um insólito epitáfio:
Aqui jaz para quem os sonhos se esfumaram
Ante pesadelos que em teima os superaram.

O futuro é o tributo de quem deliberadamente
Abandonou o passado
E vive num presente envenenado.

(Aníbal José de Matos)


O autor chamou-lhe Poema de Fim de Ano, e colocou-o no seu Blog em 29 - 12 - 2013.
Embora triste, achei-o muito bonito, e trouxe-o...


1 comentário:

Anónimo disse...


Poema que nos faz adivinhar sofrimento. Quem sabe se reprimido.
Era fim de ano,data alegre mas não para todos.
Um poema, um desabafo, uma lágrima... São alivio na solidão interior.

Gostei da sua escolha, embora seja uma poesia triste, contudo forte!