terça-feira, 1 de abril de 2014

A almofada bordada

Quem diria que esta almofada tem mais de sessenta anos... Mas é verdade, eu era práticamente uma criança quando fui aprender a bordar à máquina, e queria fazer tudo. Assim, vi este desenho numa revista de modas e bordados que se publicava na época, e logo me entusiasmei. A professora de bordados acarinhou a minha pretensão, indicou as côres das linhas a utilizar, assim como a côr do cetim, e acompanhou o trabalho com os seus ensinamentos. A maior parte do bordado é o chamado granité;  as bolinhas e flores do xaile são a matiz, assim como o cabelo. É um motivo alusivo às festas de S.João em Lisboa, e a figura, uma varina com o lenço descaído, e o tradicional mangerico na mão...
Foram muitos dias a pedalar à máquina, e algum mêdo de não conseguir fazer bem feito. Mas consegui, e ainda me recordo quando concluí o trabalho, as meninas mais velhas a abraçarem-me, e eu toda contente por receber aqueles carinhos; eu só tinha treze anos. Estas "coisas" deixam marcas, marcas boas. O tempo já tirou algum brilho ao cetim, mas é natural, isto já é uma velharia, e eu também não a fechei numa mala...
Hoje olhei para a almofada e pensei, merece ser fotografada... e aqui está.

10 comentários:

Ivone disse...

Linda almofada, uma obra de arte valiosa, pois se diz aqui "antiguidade", aí é 'velharia", mas podes crer que isso é História, a linda história de uma vida que é valiosa sim, e amo conhecer pessoas que se auto valorizam!
Amiga, poste tudo o que tiveres aí de bom e nos diga, amo ver e ler!
Abraços!

Mona Lisa disse...

Memórias que se recordam com alegria e saudade!

Adorei a "relíquia"!

Beijinhos.

Unknown disse...

Só a grandes almas se confortam com as pequenas coisas que dão calor à vida e ganham mais beleza oom a patine do tempo...São pedaços do nosso passado colorindo o nosso presente na constante transição para o futuro!
Paz e saúde!
Zito

Nouredini.'. Heide Oliveira disse...

Juntando a sua almofada e o comentário de Zito sinto-me feliz por ser amiga de ambos,
beijos

Viviana disse...

Querida Dilita

Ah! como eu recordo esses tempos em que quase todas "as moças" aprendiam a bordar...
Não só bordar, mas costurar; "ia-se" para a costura. Também lá andei. Na Dª Clotilde, afamada modista de Leiria. Morava perto da Sé de Leiria.
A minha maninha Esperança aos treze anos, andava na "menina Loudes", em Leiria e já era ela que fazia os vestidos para mim e para a mana Teresinha.

Todo o meu enxoval...foi bordado por mim. As rendas e os intermeios, com linha cem...
Ainda mantenho alguns. Penso passá-los ás netas.
Fiz uma colcha de cama que trago a uso, Uma toalha de mesa, enorme, para dias especiais.

Enfim...preguiçosa não fui não.

Parabéns pela bela almofada, amiga.
Está linda.
Um grande abraço
Viviana

dilita disse...

Olá Ivone!

Grata pela visita,e pelo apreço em relação à almofada."como eu tinha paciência, penso agora..."

Beijinho.

dilita disse...

Querida Lisa

Sim, é uma almofada cheia de recordações. E saudades também.

Beijinhos, e agradecimentos pela visita.

dilita disse...

Zito

Gosto de o "ver" por aqui.

Concordo. São pedaços do meu passado, e bem longinquo.

Grata pela visita.
Abraço, e boa semana.

dilita disse...

Nouredini

Mil agradecimentos pela amizade que me dedica.
Beijinhos,e votos de bem estar.

dilita disse...

Amiga Viviana

Gostei muito do seu comentário.No nosso tempo era assim. Até nas férias as meninas iam para a costura.Aprendia-se a bordar, a costurar e tricô, e renda.
Recordo essas linhas fininhas, ainda tenho uns restos que já ninguém vai utilisar;até tenho pena.
Beijinho,e boa semana.